sábado, abril 30, 2005

manual sobre a história da tipografia

Ana Filipa Vieira
• Em continuidade com a proposta – impressa – apresentada aquando da definição inicial do projecto pessoal a realizar, o trabalho que venho desenvolvendo situa-se na área da História e Teoria do Design. A ideia para o trabalho parte da tentativa de conjugar vários factores/ preocupações pessoais que acompanharam os anos de curso: a opção por este curso com o objectivo final de leccionar; uma vontade de praticar um design útil, com uma finalidade prática (neste caso didáctica); e o constatar de que são bastante raros materiais de estudo no campo do design, principalmente escritos em português. • Assim, tal como inicialmente apresentado, proponho-me escrever um manual sobre a história da tipografia, paginando-o. Nesta fase do projecto, e tendo começado o meu campo de estudo na pré-história e primeiros registos efectuados pelo homem com o objectivo de comunicar, estou a pesquisar e a escrever sobre o movimento Arts and Crafts. Toda a pesquisa teórica é acompanhada por uma pesquisa de imagens para figurarem como exemplos na posterior paginação do livro.

±

Miguel Januário ±
Miguel J
Encontramo-nos no auge da era da informação e da comunicação, acompanhada por uma crise pós-moderna, consequência da civilização industrial e do fracasso da economia mundial sustentada no lucro e na acumulação de riqueza, em detrimento da condição humana e dos seus direitos. O mundo ocidental é governado por estados entregues a grandes corporações, cujo único objectivo é o lucro, englobando as grandes empresas de comunicação, colaboradoras na constante manipulação das massas consumidoras com o objectivo de manter a população afastada da arena pública, ocupando-a com trivialidades, com “ópios”, na qual os comunicadores participam a todos os níveis, como concretizadores da linguagem. Cabe-nos a nós, designers, materializadores dessa comunicação, maquilhadores do comércio e do mercado, repensarmos o nosso papel social. De que modo podemos ou deveremos cooperar ou então insurgirmo-nos nesta (des)ordem mundial. Está nas mãos desta jovem disciplina decidir o caminho do seu crescimento, as suas cumplicidades, os seus objectivos e as suas decisões. O design, conversor de ideias em matéria visual, deve agora, no início do milénio, e ainda nesta fase tão inicial, ponderar o seu papel e determinar a sua função nesta aparente crise global. Os designers devem reflectir sobre o seu trabalho com publicidade, sobre as corporações e as grandes entidades privadas, tendo como mote de partida a justiça social e a igualdade humanas. A questão a ter em conta é: será que o design se deve resignar ao mercado e ter um papel totalmente passivo (activo na manutenção da riqueza “oligárquica”), ou então assumir um papel totalmente social, insurgindo-se como a forma de mudança e de preocupação social activa.

Notas de um dossier

Daniela Barbosa
Pensando a fotografia na sua forma mais redutora/automática, a intenção por parte de um sujeito de registar, conservar, um determinado momento, reduzindo-o a duas dimensões, recriando uma “realidade” que só se torna agora visível a um conjunto de pessoas que lhes conferem as outras duas dimensões anteriormente retiradas.
Qual o resultado final então, quando se destrói o único original capaz de reprodução desse mesmo momento um sem número de vezes? Na união de dois momentos distintos num único, ou melhor num único original, ou melhor ainda recriar um novo original através de fragmentos de originais distintos, cria-se um confronto entre o que é ser original.
Recortando, escolhendo fragmentos de um “momento” original, ligando-o a outro com um mesmo estatuto de “original”, crio uma nova realidade ou simplesmente destruo realidades e construo ficção?
Não é verdade então que ao destruir no original, a única existência de uma realidade que o negativo comporta como fim único, essa realidade deixa de ter existência, e só volta a existir em união com uma outra realidade que não a sua nem a do outro fragmento a que foi ligada, mas uma terceira existência criada por mim.
O que distingue esta manipulação “analógica” da digital, é talvez, na primeira aparecer um sentimento de violação intimamente ligado, sobre algo de “sagrado” que é o registo da memória, enquanto que digitalmente preservamos a fonte, sem lhe destruir eternamente a origem.
O lado sentimental actua mais intensamente quando no registo se encontra uma imagem que nos traduz algo de importante. Apesar de criara imagens, algumas já com o propósito de as compor, e não tanto como registo da memória por elas capturado, é interessante aperceber como algumas delas nos conseguem, algumas mais que outras, esse mesmo sentimento de destruição, violação, perda, pelo rasgo irremediável causado no negativo. Mas ao mesmo tempo, o acto de coser, parece querer reparar o irreparável. Como uma obsessão, unir os cortes, criar sentimentos, onde a própria linha actua e não pretende ter de forma alguma um papel inactivo, pelo contrário, está de tal maneira presente que toma vida própria e se torna imagem indispensável, imagem viva.

produção e pós-produção do projecto

Matilde Rocha
Matilde R 22
Matilde R 23

De acordo com a planificação inicial e na presente data encontro-me entre a produção e a pós-produção do meu projecto.
Findas as sessões fotograficas, as várias manipulações para tentar encontrar uma forma de realizar fotografia aérea sem ter como obstáculo a intensidade da luz e a névoa, (minhas principais dificuldades) e graças à utilização de polarizadores e filtros que tornaram a cor mais saturada e as formas mais recortadas, passo então à fase seguinte, que me levanta a seguinte questão, transformar as minhas fotografias a cores em preto e branco e pôr de parte a questão da cor.
A minha principal inluência nesta decisçao foram: as imagens aéreas de Mário Giacomelli em que os contrastes acentuados e os brancos "furados", tornam as fotografias em registos abstractos, e as fotografias que tirei sobre a neve (apresentadas no último fórum).
Uma vez que as minhas imagens são todas de paisagens rurais, se eu as converter para preto e branco, passam a ser uma serie de manchas de diferentes valores tonais justapostas, podendo assim descartar 50, 60 ou até mesmo 80% da imagem sem isto interferir na sua leitura final. Dai a minha ideia de aproveitar apenas “tiras ou faixas” dos registos e ir ao encontro do formato panoramico, mas contrariando a sua principal função que é maior legibilidade e concentração de informação.
Estas três imagens que se seguem são apenas experiências do que poderei vir a fazer, não pertendem por enquanto ter uma
relação pois resultaram de sessões fotográficas distintas, a sua unica função vai ser a escolha futura de dentro dos vários
registos sobre os quais me irei debruçar para desenvolver a pós-produçao do meu projecto.

Projecto pessoal #actualizado

José Ferreira

José Ferreira
Como é do conhecimento geral dos docentes e de alguns colegas, o meu projecto pessoal parte do livro "O Visconde cortado ao meio" de Italo Calvino. O que e proponho a apresentar como projecto pessoal é a adaptação desta obra a uma animação tridimensional, seguindo um método clássico de animação, que é a modelação.
Até este ponto, procedi à análise da obra, dividindo-a cena a cena, para que assim a simplificação da narrativa e consequente adaptação para animação fosse, ela própria, simplificada.
Assim, de um total de 107 anos, passei para 33 cenas que me pareceram mais pertinentes para a perfeita percepção do leitor/espectador para com a obra original. No entanto, e como era inviável fazer uma animação com 33 cenas, passei a uma nova fase deste processo. Realizei um "inquérito informal", onde pedia às pessoas para lerem os resumos das 33 cenas que restavam e fizessem elas próprias um resumo do resumo.
A conclusão que pude tirar desses inquéritos foi que a maioria das respostas recorria às mesmas cenas para fazer o resumo. Essas cenas (13 no total) foram as que eu seleccionei para fazer o "guião" da animação.
O texto dai resultante vai ser a narração, feita pela personagem do dr. Trelawney, que acompanhará toda a acção.
Questões técnicas
Este texto, e depois de fazer uma simulação de narração, deverá contar toda a história em cerca de 4 minutos. Apesar de estes valores poderem sofrer alterações, no caso de esta duração se mantiver, e sabendo que a minha animação será feita em double-frame (1s - 12frms), eu terei a necessidade de registar qualquer coisa como 2500 imagens/frames.
Guião
O Visconde Cortado ao Meio
O Visconde Medardo de Terralba era um homem normal que, como é normal, queria vêr os turcos, nem que para isso tivesse que os combater...
E foi mesmo isso que ele fez. Foi para a Turquia e combateu.
O que ele viu foi um pouco diferente do que ele imaginara. Depois de vêr o primeiro turco, parecia que já os tinha visto a todos. Se bem que houve alguns que mexeram mais com ele... nomeadamente o último turco que ele viu, que o deixou dividido... mesmo dividido!
Felizmente, pelo menos para Medardo, os médicos do hospital de campanha encontraram e conseguiram recuperar para a vida uma das suas metades.
Mas o que os médicos não sabia (e não podiam saber porque não há registo de outro caso semelhante na história da medicina) é que, ao ser cortado ao meio, também a sua personalidade tinha ficado separada... Naquela metade tinha ficado apenas a parte malvada de Medardo.
Após o seu regresso a Terralba, a população não tardou a reparar que algo de estranho se passava com o Visconde... até porque não era assim tão comum haver enforcamentos constantes na aldeia. Sobretudo se estes enforcamentos são à vintena de cada vez!
No entanto, e como acontece com qualquer homem, até com aqueles que vão combater para a Turquia, só para poder vêr os turcos, e cujo último turco que vêem os deixam divididos, Medardo acaba por se apaixonar.
O alvo da sua paixão (e aqui faz sentido falar em alvo) era a pamela. Rapariga humilde que passava a maior parte do seu tempo no bosque, à procura de alimentos, de matérias comercializáveis e também para passear com os seus animais.
Aparte esta sua paixão por Pamela, tudo o resto se mantinha igual... O seu gosto pela desgraça alheia tinha mais consequências que os enforcamentos. Os incêndios na aldeia e mesmo no seu castelo eram constantes.
Certa vez, em conversa com o seu sobrinho, Medardo chegou-lhe a dizer que tinha uma ânsia incrivel de cortar ao meio tudo o que encontrava... tal como o último turco que ele viu, enquanto combatia na Turquia, fez com ele.
Inesperadamente, surge em Terralba a outra metade de Medardo, que se veio a saber ter sido salva, com o recurso a ervas medicinais, por monges franciscanos.
Este Medardo que surgiu inesperadamente, comportava a metade de personalidade que faltava ao outro. Esta era a parte completamente boa dele.
Inevitavelmente, e como acontece com qualquer homem, mesmo até com a metade má de Medardo, que ficou metade má porque o último turco que o Visconde inteiro viu enquanto combatia na Turquia o deixou dividido, a metade boa também se apaixonou... e também este por Pamela.
A metade boa do Visconde Medardo e Pamela tinham encontros frequentes no bosque, onde ela passava a maior parte do seu tempo. Foi num desses encontros que a metade boa não conseguiu evitar um confronto tenso com a metade má.
Finalmente, Pamela casa com uma das metades, a metade boa.
Quem não gostou disso, como qualquer pessoa apaixonada não gostaria, foi a metade má de Medardo que desafia a metade boa para um duelo, tendo em vista a recém-casada Pamela.

No dia seguinte, de manhã, as duas metades encontram-se para o duelo. Na contenda, ambos caem inanimados, feridos nas cicatrizes por onde o último turco que Medardo inteiro viu o deixou dividido.
Posso afirmar que se somássemos as metades, dava um Medardo completamente ensanguentado...
Foi nesta situação que eu, dr. Trelawnwy, médico de Terralba, entrei em acção.
Trabalhei arduamente para que as duas metades ficassem unidas. Depois de as unir, restava esperar que da cirurgia surtisse o efeito desejado...
... o que veio a acontecer.
(adaptação de "O Visconde cortado ao meio" - Italo Calvino, para narração da minha animação)
Etapas seguintes
Nesta recta final, que se prevê ter um ritmo "furioso", vou passar à execução própriamente dita da animação. Ao mesmo tempo que registo a parte visual, vou recolhendo, também, os sons que serão necessários para a fase de produção da animação.

Exposiçao

exposicao

Crítica e investigação em design

Susana Pimentel
28 de Abril 2005 | Susana Pimentel
Pretendo neste projecto ser eu própria o objecto de estudo, representar uma marca da personalidade, estando sempre presente a ideia de espelhamento, do meu duplo, da encenação auto-referente através da performance mediada.
Muitos dos pintores e fotógrafos dos últimos quarenta anos, têm a tendência de centrar o seu trabalho criativo em estratégias auto-representativas. Entre eles podemos destacar o pintor Francis Bacon, cuja obra pouco se afastou da representação de si. Gilbert and George, usando meios mais mediáticos, como a fotografia e o cartaz, desenvolveram também uma boa parte da sua obra a partir das suas respectivas figuras. São célebres os auto-retratos de Andy Wharol e Mapplethorpe, para citar referências mais pontuais a esse nível. Mas mais recentemente, nomes como Cindy Sherman, Joe Spence, Nan Goldin, Jean le Gac, Duane Michaels, Peter Land, encontram na auto-representação pela fotografia e vídeo, o único universo ade- quado às suas estratégias artísticas. Mas esta movimentação auto-referencial do discurso artístico não é específica das artes plás- ticas nem da fotografia. Um movimento paralelo surgiu na literatura com a eclosão do diário e da escrita jornalística. Mas também na dança e no teatro a figura do Eu se afirma.
A obra de Cindy Sherman parece-me um caso particularmente interessante, pois reconheço--lhe características comuns ao tra- balho a que me proponho desenvolver. A sua obsessão com a corpo- ralidade e a sua postura, são associadas ao facto de que o teatro em torno deste tema tem como actor único o próprio encenador. Da mesma forma, pretendo ser simultaneamente operador e referente de uma encenação que é da ordem da simulação.
O auto-retrato pode ser bem mais que simples reflexos de uma aparência e de uma memória. Esta mistura entre realidade e ence-nação torna confuso o sentimento de identidade e o auto-retrato revela-nos um outro, um descentramento de si, um falso self. Mas numa outra análise podemos concluir que essas imagens espelham uma encenação do eu. O meu eu espelha o eu e não o outro. As persona- gens encenadas que irei construir, não são mais do que eu própria. A própria arte de viver é comandada pela capacidade de ser mais diverso e múltiplo que o devir da realidade. É a arte da diversi- dade, do disfarce e da mudança, consoante as necessidades e os obstáculos ocorrentes. A arte da geração instintiva, do improviso, do reconhecimento de personagens encenadas. E é debaixo desta ma- quilhagem que se esconde o verdadeiro significado do eu. Debaixo dessa encenação está o sentimento, o verdadeiro interior do “eu”. Mas qual o papel da representação do corpo na afirmação da identi- dade? A auto-representação remete-nos para essa questão fundamental à natureza humana: quem sou eu? A representação do “eu” poderá sur- gir como manifestação de uma presença no mundo, como ponto de vista sobre esse mundo, mas também como forma de potencialmente o recriar ou restaurar. Talvez representar seja uma forma de protesto contra o desvanecimento do Ser no tempo.
Como estratégia de auto-conhecimento, submeti-me a uma exposi- ção total filmando-me em variadíssimas situações do quotidiano, nas quais me esqueço que estou a ser filmada. Cria-se então uma situa- ção em que estou a ser vigiada por mim própria sem o saber sendo assim possível ter uma visão de mim ao natural sem qualquer simula- ção. Numa primeira fase deste projecto elaborei uma série de imã- gens que constituem-se como frames retirados de um vídeo escolhido entre os vários que realizei. Nesse vídeo, eu sou a personagem principal e única. Neste sentido não existe qualquer encenação da Susana. Ela surge ao natural. Mas após uma análise desse mesmo ví- deo, poderemos encontrar frames em que a Susana surge como várias personagens distintas. Dentro da realidade podemos encontrar ence- nação teatral. Cada frame escolhido espelha um eu diferente, uma nova personagem, uma nova identidade. O vídeo original foi manipu- lado, através da repetição de cenas e alteração na velocidade. Ve- rifica-se assim, como cada segundo deste vídeo, parece tomar uma novo significado pelo alongamento ou estreitamento do tempo, tor- nando-o mais uma vez encenação.
Mais do que concluir um caminho, interessa-me abordar todas estas questões em redor da problematização da identidade, de forma a abri-lo, para que dessa abertura possam resultar novas críticas e investigações.

ORDEM DOS DESIGNERS

Março / Abril 2005
Maria Koehler

No texto apresentado em Janeiro, sobre a intenção do trabalho anual, decidi que iria pesquisar sobre o que já existe e o que, na minha modesta opinião, está em falta para a implementação da Ordem dos Designers, bem como na elaboração de uma proposta para a realização de uma imagem gráfica da mesma.
Após regressar do Programa Erasmus, a minha pesquisa, com vista a tentar recolher o máximo de dados e informação disponível para a realização da mesma, foi efectuada via internet.
Deparei-me com a existência de 3 associações: a APD (Associação Portuguesa de Designers), a AND (Associação Nacional de Designers) e o CPD (Centro Português de Design), das quais apenas as duas primeiras se encaminham para o aparecimento de uma Ordem. O CPD está direccionado para a divulgação de programas, exposições, workshops, etc., relacionados com o design, não tendo por objectivo a formação de uma Ordem.
Como associações, tanto a APD como a AND, no meu ponto de vista, não se têm manifestado o suficiente, dado que até esta data nunca tinha ouvido falar da sua existência, e constatei junto de vários colegas de turma e recém formados que estes também as desconheciam.
A APD e a AND têm a mesma finalidade, o aparecimento de uma Ordem, no entanto, julgo que os motivos pelos quais estas associações não se desenvolvem são:
1. A falta de associados.
Só com um determinado número é que consegue "andar para a frente".
2. A rivalização entre as duas associações.
Parece-me, deste modo, que o facto de serem "rivais", em nada contribui para a criação desta Ordem.
Assim, julgo que ambas se deveriam unir e trabalharem com um objectivo comum, de modo a conseguirem obter um número de associados maior.
A importância da sua união, bem como a sua posterior divulgação, não apenas via internet, mas especialmente junto das escolas superiores, permitiria que se reunissem esforços para o aparecimento da Ordem a curto prazo, com a qual todos os membros só beneficiariam ao criarem-se as condições necessárias para o seu funcionamento.
A AND, formada apenas em Março de 2003, na Guarda, parece ser a que tem mais condições para se desenvolver, pois a APD, formada em 1976, estava estagnada, devido à inércia daqueles que nela estão inscritos.
Contudo, ao ser criada a AND, a APD começou de novos a mostrar trabalho em 2005, tentando chamar mais associados, o que indicia a rivalização acima mencionada, o que, na minha opinião, se por um lado poderia ser um factor positivo, por outro revela-se um entrave para a implementação da Ordem.
Para perceber o que se passa realmente, entrei em contacto com o Presidente do CPD, o Designer Henrique Cayatte, e com as outras duas associações, encontrando-me, de momento a aguardar respostas.
Neste momento, a parte prática do meu projecto, nomeadamnete a imagem da Ordem encontra-se numa fase final.Posteriormente, tenciono realizar um site que, quando terminado, poderei disponibilizar toda a informação por mim recolhida.
Gostaria também de referir a existência de um site de discussão sobre design, em que vão aparecendo comentários de pessoas relacionadas com a nossa área e, no qual, também podemos participar:
http://groups.msn.com/ForumsobreDesignemPortugal/general.msnw?action=get_threads
Para quem quiser conhecer os sites e os programas das associções referidas anteriormente, os endereços são:
APD: www.associacaoportuguesadesigners.com
AND: www.and.org.pt
CPD: www.cpd.pt

sexta-feira, abril 29, 2005

Texto de intenções

Maria Joana Maques . Março 2005
Em Janeiro, quando foi pedido o texto de intenções relativo ao projecto final. Enviei duas hipoteses de trabalho que foram alteradas assim que cheguei a Portugal no início de Março. Aqui está o segundo texto de intenções que redigi e que se manteve inalterado.)
Durante o primeiro semestre deste ano lectivo estive em ERASMUS em St. Etienne. Foi-nos feita uma proposta que tinha como título “Inventez St Etienne”. O meu projecto baseou-se na recolha de imagens através de fotografia ou vídeo do prédio que se encontrava em frente ao meu. Essas imagens foram captadas durante a noite, isto porque o edifíco não estava iluminado e as luzes que se viam eram do interior dos apartamentos. A ideia era captar os movimentos daquelas vidas, em forma de silhueta devido aos contrastes de luz, já integradas numa cidade que eu conhecia apenas há semanas. O trabalho terminou com algumas montagens no sentido de evidenciar as diferenças entre o meu estado de espírito e o destas pessoas. No entanto, neste momento o que mais me interessa falar é sobre um livro que conheci devido a este projecto. É uma obra , escrita há 26 anos atrás, que fala precisamente sobre a vida de pessoas num prédio. O autor Georges Perec, em “A vida, Modo de Usar”, descreve com pormenor as vidas e as divisões daquele edifício como se lhe tivesse retirado a fachada. Foi graças à semelhança da temática entre o livro e o meu projecto que decidi o que iria ser o meu trabalho de final de curso. Repaginar esta obra como se ela tivesse sido escrita hoje. Achei tão interessante eu observar algo, que se revelou semelhante a um livro escrito tantos anos antes. Queria, através da paginação, passar a ideia de intemporalidade. Para isso decidi usar ícones que acompanham o nome de todas as personagens e espaços que são descritos. Ou seja ter uma imagem para cada capítulo diferente. Para reforçar a ideia de ser uma história actual quero também usar imagens desse meu primeiro projecto e adicionar neste livro um CD com animações de alguns capítulos ou pequenas histórias que considero mais importantes no desenrolar da narrativa.
O objecto final será um livro que se pode ler com facilidade mas onde também se poderá observar uma preocupação na sua paginação, na escolha de imagens e onde se dará a oportunidade de ir além da nossa imaginação enquanto se lê o livro podendo-se ver algumas ilustrações animadas.
Primeira actualização
Abril 2005
O livro de Georges Perec, “A Vida, Modo de Usar” é dividido em 6 partes e tem 99 capítulos. Dentro destes capítulos, 33 têm títulos diferentes, os restantes são repetidos.
Como separador entre estas seis partes vou utilizar uma fotografia que tirei a um prédio em Plzen. Neste prédio vêem-se apenas as janelas acessas constratando com o negro envolente. A ideia deste separador é conciliar a imagem com os nomes dos espaços ou personagens que são descritos nesse capítulo. Assim temos uma série de nomes que, através de setas, são localizados numa dessas janelas tentando assim personalizar um pouco toda a história com uma imagem supostamente real do prédio em questão. Para não haver sobreposição de espaços e para que os nomes ficassem bem localizados relativamente ao que é descrito pelo autor construí uma grelha baseada nas janelas acessas do prédio. Foi também a partir desta grelha que nasceram os ícones que disse que iria fazer no texto de intenções. Serão 33 ícones, correspondendo aos 33 personagens ou espaços diferentes e de momento fiz 18.
O livro terá 20cmx20cm e a grelha será a seguinte:
4cm de interior,
3cm de exterior,
3cm de cima, 3cm de baixo.
A fonte que decidi usar para texto foi a “Gill Sans” e para os separadores e abertura de capítulo foi a “Chicago”, esta última ainda provisória visto que ainda tenciono mudá-la.
Juntamente com esta actualização mostro algumas imagens para que seja mais facil a comprensão do texto. Neste momento tenho a intenção de terminar os ícones, de melhorar as imagens escolhidas de modo a que não haja erros de impressão por falta de resolução e continuar a paginar este livro com mais de 500 páginas. De momento estou debruçada na paginação mas irei começar a testar as animações que gostaria de adicionar ao livro.

Design Para o bem Comum // Abril

madalena gagliardini graça // fbaup 2005

Ao redefinir as minhas intenções para o Projecto Pessoal vi-me envolvida num processo evolutivo.

Na declaração de intenções de Janeiro estava impressionada com a prisão de movimentos que o marketing e as estratégias de publicidade impõem ao bom design; questionava-me a cerca do lugar do designer e do design; com o facto de o design ser muitas vezes elitista.

No início de Março, quando cheguei, os conceitos de design para o “bem cultural” ou “bem comum” e as abordagens do Design de Comunicação, particularmente do Design Gráfico, ocupavam o centro dos meus objectivos de pesquisa ainda pouco definidos.

Em busca dessa mesma definição comecei por pesquisar artigos sobre o lugar do design de comunicação na actualidade. A responsabilidade e o papel social do design e particularmente do designer; avaliações e reavaliações; críticas; o design em relação com a sociedade; o humanismo e o espiritual no design; a investigação.

A revista Communication Arts dedicou a publicação de Maio/Junho 2004 ao tema: Design for the Public Good. Pelas mãos de Rebecca Bedrossian encontrei o tipo de trabalho que contraria a tendência economicista de ver o Design e que é exactamente o que contraria a falta de liberdade imposta pela necessidade de fazer consumir a qualquer preço que, pessoalmente, me incomoda.

“Designing for the nonprofit world”.O design pro-bono é em si um “balancing act”, dificilmente será o único trabalho que um designer pode fazer mas é, sem duvida, uma opção consciente, comprometida e também consciencializadora.

Para o Designer é uma forma de se envolver intensamente com boas causas e de ter impacto na sociedade, uma oportunidade de fazer design inteligente, desenvolvendo projectos para programas humanitários, comunidades locais e escolas, “organizações que enriquecem as nossas vidas– artes, teatros, museus, festivais” (tradução livre).

O design para o bem cultural tem como objectivo o desenvolvimento de formas de comunicação necessárias a todos tendo em vista a valorização do património cultural– bens históricos e artisticos. %2

Apelo aos sentidos

Sílvia Santos

O projecto segue a linha de uma narrativa audiovisual não-linear e interactiva, pretende explorar a relação sensitiva entre o manipulador e o objecto através de variações entre as constantes no espaço e tempo e pela interacção entre as partes.
Metodologicamente o projecto será estruturado em director e flash e será orientado por conteúdos como sons, imagens, textos e a relação entre os mesmos.
Sílvia Santos1
Sílvia Santos2

Computadores são instrumentos que por si só estão privados de consciência, enquanto que os processos cognitivos e perceptivos das criaturas vivas não estão, estas têm de responder a um ambiente onde existem variações constantes nas dimensões do espaço, do tempo, da intensidade, desenvolvendo variações de força de hierarquias, de dimensões, de dominantes e de subordinados; provém vários tamanhos, formas e subdivisões para responder aos caprichos do ambiente. Estes elementos psicofisiológicos são como os elementos físicos em que os computadores se baseiam. Nos interfaces informáticos interactivos o sujeito é colocado dentro de uma estrutura que pretende de certo modo recriar estas correlações.
No Ocidente a tecnologia é levada muito a sério e é desesperante quando esta não funciona. A arte interactiva em computador é literal e equivalente à interacção física entre o utilizador e o objecto e desvaloriza a interacção psicológica entre as partes. O processo de preenchimento, formulação de hipóteses, identificação e lembrança são erroneamente assimilados como parte integrante de uma existente estrutura interactiva de ligações, mas estes apesar de se encontrarem funcionalmente na estrutura a sua manipulação pertence ao livre-arbítrio de um sistema consciente pois só este é capaz de escolher voluntariamente e sem restrições.
A fácil disponibilidade da informação vinda de diversas fontes, sendo mais fragmentadas e o acesso limitado a razão na economia consumista fomenta uma nova pressão no tipo de imagens que a cultura desenvolveu e acaba por exigir o desenvolvimento de novas tipologias.
Enquanto que as perspectivas realistas das imagens do mundo são tão comuns hoje em dia como durante todo o ultimo século, fotografia, cinema, vídeo, etc., não são os únicos modos de as produzir. A computorização fortaleceu a oposição ao lugar ocupado pelo figurativismo providenciando novas técnicas.
A interactividade informática pode também ser vista como um modo de exteriorização da vida mental por processos de reflexão, de resolução de problemas, de memória e de formas de associação adequados a links de conteúdos, busca de imagens, escolhas de cenas ou textos.

Como devemos pensar a comunicação do jornal?

Sara Rodrigues
sara rodrigues imagem final

A capacidade de captar, expressar e comunicar são, segundo um ponto de vista pessoal, as palavras-chaves para o desenvolvimento de qualquer projecto de design. A nível profissional e pessoal a importância deste estágio no Público, reflecte-se num dossier de estágio que começará a formar-se compilando todo o estudo, trabalho, pesquisa, debate, impressões pessoais e outras, como a produção gráfica que desenvolverei. Um dos principais objectivos é evidenciar a existência de uma articulação que vai desde o planeamento da página do jornal, (layout) até à pré-impressão. Entender que os elementos essenciais para que um jornal se articule plenamente passa por ter uma boa Agenda (gestão das noticias a tratar) e um arquivo muito organizado. Sem isto um jornal não se sustém.
A acumulação de conhecimento e experiência permite a formação não apenas do dossier de estágio mas, de uma dissertação. Esta resulta da compilação dos “vários momentos” do percurso. Este é um desses momentos. Poderia referir vários elementos essenciais, mas apenas foco três: o primeiro, o contacto com o estilo do jornal:
Já não era a primeira vez que alguém me tinha falado da importância de”olhar com olhos de ver”. A expressão começa a adquirir uma certa graça. Começará a ser um vício, a minha analise quanto mais reflectiva, começa a estar viciada, no sentido de procurar alguma coisa escondida por detrás daquele olhar relâmpago que nos permite tirar as primeiras impressões. Olhar o jornal. Analisa-lo. Confesso que não foi a primeira experiência de análise desta tipologia. A execução de um jornal permitiu direccionar o sentido da análise. Pessoalmente estes elementos ajudaram-me a iniciar a paginação, por isso era obrigatório que um apontamento desse estudo posse observado (consultar fotografia). Estes elementos são os “glóbulos vermelhos” do jornal, pois definem e respondem a um conjunto de relações e actividades que caracterizam o design incutido em qualquer empresa. Neste caso o jornal.
O segundo ponto, questões que fui levantando ao longo deste percurso que devem ser pensadas não só por mim mas por todos que acompanham o design editorial:
Como devemos pensar o design, o seu papel no contexto empresarial, neste caso no jornal Publico?
Como devemos pensar o ciclo de vida do jornal?
Como devemos pensar os atributos do jornal e a sua importância para os consumidores?
Como devemos pensar o design como um elemento essencial para o processo de desenvolvimento?
Como devemos pensar o design como factor de mudança, isto é reflectir a diferença entre os suplementos do jornal e o próprio jornal?
Como devemos pensar a comunicação do jornal?
O terceiro ponto, uma frase que percorreu o meu ouvido e que abalou toda uma ideia concedida da importância do design gráfico, neste caso editorial, no jornal. A minha surpresa foi grande perante a constatação de outros: “não são os gráficos que fecham o jornal, são as secções!”. Não quero dizer que os gráficos devem fechar o jornal, não. Trata-se de sublinhar a comunicação ideal que deve existir e coabitar dentro deste espaço. A importância que eu atribuo aos gráficos, como somos designados, está longinquamente separada da importância que nos é oferecida. “Oferecida” será? Todo o meu discurso retoma as mesmas palavras: interactividade entre a agenda, o arquivo e as diferentes secções. Isto é uma máquina de comunicação, e não se trata de atribui, mais ou menos importâncias as diferentes secções. Mas tenho obrigatoriamente que ressaltar todo um trabalho que deve ser elogiado, que é produzido pelos gráficos. Deve ser esta secção, com formação para responder a questões como uma eventual colocação de um título por baixo de uma imagem, quando o layout assim obriga? A norma, titulo sempre por cima de imagem pode não responder a todos os problemas. Deve-se permitir à secção capacitada para saborear a repulsa gráfica e estética, ou não; o fugir à regra, o encontro à excepção. O elemento inovador que caracterizou o jornal, PUBLICO, aquando o seu aparecimento foi a capacidade de gerir uma estrutura, uma base de dados com filial no porto e em Lisboa. Hoje essa inovação pode colocar um filete de meio ponto de espessura a separar estes pólos. O filete não devia ter cor. Podia existir mas sem cor.
O entendimento de uns choca com a fragilidade atribuída por outros.

Da tipografia a sinalética

Manuelle Freire
Manuelle_1
Manuelle_2

Nesta fase do projecto defini os 12 módulos necessários à construcção de todos os caracteres do alfabeto.
Especialmente pensados para funcionar em determinadas condições de iluminação, estes caracteres não deixam de ter em comum com qualquer fonte tipográfica “convencional” preocupações de equilíbrio e compensações ópticas características da escala da tipografia em sinalética.
Se os módulos existem no espaço tridimensional, enquanto objectos aparentemente dispersos ao longo de um percurso, a sua sombra projectada resulta em texto escrito: caracteres qe se pretendem legíveis como se estivessem desenhados sobre um (ou vários) planos.
Não considero o desenho das formas definido e encerrado. Este ficará constantemente sujeito a pequenas variações, atendendo a cada caso específico de composição.
Na próxima fase serão testadas diferentes situações para a disposição dos módulos no espaço: a sua relação de escala com o homem, a simulacrao de um “site specific”, interferências na sombra projectada por objectos em movimento e deformações do caracter através de variações de iluminação e resultados na sua própria sombra.

“História Visual do Nosso Tempo”, baseado no exemplo de Joe Gould

PMicaela Amaral
Questionar e reflectir o estatuto da fotografia no âmbito artístico e cultural;
Redefinir o futuro do papel da fotografia nas práticas contemporâneas de representação;
sombras_mica
Resumidamente, é nestas duas frases que se baseia o conceito do meu projecto neste momento. Com uma vertente teórica bastante acentuada, foi criado o livejournal com o intuito de desenvolver e servir de apoio ao projecto, contendo reflexões minhas sobre este tema e o modo como se relaciona com a actividade do designer, citações da bibliografia consultada, assim como imagens de acompanhamento ao texto.
Após a leitura de livros, revistas, ensaios de fotografia, começo por enumerar algumas palavras-chave relacionadas com o tema: a memória, o ‘conservar o momento’, o souvenir, o revisitar, a cumplicidade, a intenção, a manipulação, a “aquisição de consciência”; estes são só alguns exemplos.
Em suma, o que pretendo, é que se reflicta sobre o modo como vemos e entendemos a fotografia, assim como Joe Gould questionou de certa forma o conceito de História que é de senso comum. Para isso, senti a necessidade de produzir imagens/fotografias que reflectissem esse carácter – o de questionar a própria fotografia – para um estudo mais coerente e conclusivo.
Comecei por me interessar por produzir imagens em que a presença do fotógrafo (neste caso, a minha) fosse excessiva na fotografia, seja pelo enquadramento, seja pela própria sombra que invade a imagem, assim como evidenciar uma espécie de ‘incidentes’ durante a sessão, como o aparecimento do dedo, dos cabelos, etc.
Estou também recentemente a trabalhar com uma máquina Lomo (Holga), e tenho-me apercebido de como permite uma total liberdade para puxar o rolo de forma descontinuada, ou seja, com intervalos diferentes entre as fotografias (ou mesmo sem intervalos) podendo deste modo ‘abusar’ da sobreposição. Supostamente, o resultado final de um rolo será apenas uma imagem contínua, de uma sequência de acções sem intervalo. Pretendo por isso, experimentar a máquina neste sentido.
Pretendo para além disso, (e neste caso com vista na exposição final) experimentar e testar o próprio suporte, o papel fotográfico, com o fim de questionar o conceito de ‘conservar o momento’ acima referido. Depois de sensibilizar o papel com uma imagem (ainda por definir), não o vou fazer passar pelos químicos revelador e fixador, deixando a luz natural encarregar-se da contínua revelação. O que se pretende aqui, é que a imagem tenha um ‘tempo de existir’, que passe do branco total até ao quase negro, em que o ‘estar entre’ seja uma imagem em construção, em constante mutação, contrariando a ideia pré-concebida de que a fotografia é uma imagem fixa, congelada e estanque. Outro factor importante, é o facto das condições de luminosidade do espaço onde a imagem for inserida, interferir de forma directa de como se desenrolará a revelação e consequentemente do tempo de duração da mesma, assim como o tipo de papel utilizado, sendo o dito de ‘fibra’ para uma revelação mais rápida e o ‘prata’ para mais lenta.
O que proponho é controlar este processo, para que se desenrole sensivelmente no tempo de duração da exposição.

Tempo&Traço volta à grelha da Sic Notícias

A segunda série do programa "Tempo&Traço", um projecto do atelier ARX Portugal, vai voltar à grelha da Sic Notícias dia 30 de Abril pelas 18h30. Este magazine de informação cultural é da autoria de José Mateus (ARX Portugal) e produzido pela "Até ao Fim do Mundo".

Este programa com periodicidade quinzenal, e duração aproximada de 25 minutos, divide-se em quatro partes: arquitectura, design/artes plásticas/cenografias, paisagem e depoimento. No campo da arquitectura e da arquitectura paisagista é dada uma visão plural através de alguns dos melhores projectos construídos em Portugal nos últimos dois anos. Nos campos da arte, cenografia e design, procura-se mostrar diferentes concepções através da obra de alguns autores já reconhecidos. Cada programa encerra com o depoimento de uma figura pública da cultura portuguesa. Está prevista para breve a exibição do programa na Sic Internacional.
Este programa é financiado pelo Instituto das Artes/Ministério da Cultura, pela Câmara Municipal de Cascais e pela Secil, e conta ainda com o apoio da Ordem dos Arquitectos, Iduna e Linha da Vizinha.

Mais informações:
José Mateus | arxportugal@netcabo.pt
Instituto das Artes [Gabinete de Artes Visuais]:
Mário Valente | mvalente@iartes.pt | Tel. 213 219 700

III Comunicar Design na ESAD caldas da rainha

A terceira edição do ciclo de conferências "Comunicar Design" realiza-se de 10 a 13 de Maio na ESAD-Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha e irá debater questões relacionadas com o design de comunicação e a crítica do design. Do painel de oradores convidados constam cerca de uma dezena de designers e ilustradores portugueses.

No dia 10, Patrícia Gouveia, Heitor Alvelos e Gonçalo Falcão debatem "Críticas do design"; dia 11 o tema "Práticas críticas" é abordado por Miguel Salazar, Mário Moura e João Bicker; dia 12, a "Crítica social" é discutida por Gonçalo Pena e Alice Geirinhas, entre outros. As conferências decorrem das 14h30 às 18h30 no Auditório da ESAD e têm entrada livre.
O evento, organizado pelos finalistas do Curso de Tecnologias Gráficas e Multimédia, inclui ainda workshops, uma feira de fanzines e duas exposições: "Un-design" comissariada por Nuno Coelho e "Uma Casa Portuguesa", comissariada por Catarina Portas e Isabel Haour, que exibe produtos portugueses produzidos nas últimas décadas.

Mais informações:
http://web.esad.ipleiria.pt/comunicardesign/
Escola Superior de Artes e Design
Rua Isidoro Inácio Alves de Carvalho
2500-321CALDAS DA RAINHA
T.: 262 830 900
esad@esad.ipleiria.pt

Cursos de Verão em Boisbuchet

O C.I.R.E.C.A. (Centre International de Recherche et d'Education Culturelle et Agricole) em parceria com o Vitra Design Museum e o Centro Georges Pompidou, de Paris, organizam entre 17 de Julho e 10 de Setembro uma série de cursos de Verão na propriedade de Boisbuchet no sul de França.

O objectivo destes cursos transdisciplinares, que têm a duração de uma semana, não é produzir o projecto ideal mas explorar o processo criativo, tanto na vertente teórica como prática, num ambiente de trabalho idílico. Boisbuchet é uma propriedade rural perto de Poitiers, que para além de um castelo e de um extenso parque, tem ainda um lago. 
Todos os anos são convidados artistas, designers e artistas que lançam as bases conceptuais do workshop, tendo as instalações de Boisbuchet todas as condições necessárias ao desenvolvimento do trabalho. Yves Béhar (EUA), David Trubridge (NZ), Barber Osgerby (RU), Shin e Tomoko Azumi (RU/JP) são alguns dos convidados destes cursos de Verão. 
Os cursos custam 625€ (para estudantes) e 825€ para os restantes participantes e incluem alojamento, alimentação e todos os materiais necessários.
O programa pode ser consultado on-line bem como outras informações adicionais.

Mais informações:
www.boisbuchet.com

Desenhar o Futuro da Saúde Pública na Europa"

Encontram-se abertas as inscrições para o Concurso Internacional "Desenhar o Futuro da Saúde Pública na Europa", uma iniciativa da WHO (World Health Organization) e da Cumulus (Associação Europeia de Universidades de Arte, Design e Media). Destina-se a estudantes de Design de Comunicação e abrange as áreas de design gráfico, animação e interactividade.

A proposta desta organização mundial de saúde das Nações Unidas constitui uma oportunidade de criar a nova estratégia de comunicação para o programa de saúde pública na Europa, a implementar nos 52 estados membros. Os interessados em concorrer devem inscrever-se numa das 3 categorias do concurso: animação, interactividade e design gráfico. Para tal, deverão registar-se em www.euro.who.int/HENdesign até 31 de Maio e, de seguida, enviar a Jaana Lantto, coordenadora da Associação Cumulus - jlantto@uiah.fi, "com conhecimento para" vca@euro.who.int os seguintes elementos: nome com o qual se registraram, nome da Universidade e do professor orientador do projecto, área de estudo, categoria a que concorrem e contactos [e-mail e morada].
Aos estudantes cujos projectos forem seleccionados pelo júri será dada a oportunidade de trabalharem, durante 3 meses, na delegação da WHO para Europa, em Copenhaga (Dinamarca).
O resultado dos concursos será anunciado no dia 16 de Junho.

Mais informações:
Vittorio Cammarota
Director de Comunicação da Health Evidence Network
WHO Regional Office for Europe
www.euro.who.int/HENdesign
vca@euro.who.int

World Health Organization Regional Office for Europe
Health Evidence Network
Scherfigsvej 8
2100 Copenhagen 
Denmar

quinta-feira, abril 28, 2005

forum adiado!

Em reunião de professores do 5º ano realizada hoje, decidiu-se adiar o forum marcado para 4 de Maio, dada a coincidiencia com as actividades da semana da Queima das Fitas. Em sua substituição irá acontecer uma reunião com os alunos dia 11 DE MAIO à tarde. O local e os pormenores serão divulgados em breve (os professores estão a ultimar o programa de trabalhos, que incluirá a confirmação de locais de exposição final do ano e os moldes de produção teórica de professores e alunos).

Participação na Queima das Fitas

Dos alunos para os interessados em participar nas actividades da queima das fitas:

"Informa-se todos os alunos do curso de design gráfico do 5º ano, que na reunião de alunos realizada na quinta feira ficou acordado que quem quiser aderir à iniciativa de comparecer no cortejo e/ou ir para a queima com uma t-shirt de finalista, deverá comparecer na faculdade segunda feira às 16h30. Deverão trazer uma t-shirt cinzenta. Para mais informações telefonem para o número 964109804 (Susana Pimentel)"

Realidades dentro da realidade.

Pedro Sá
Pedro Sá
O projecto define-se num primeiro momento por um processo de criação de imagens: a fotografia como base na construção de novas realidades, novas imagens. Mais do que a representação fotográfica de uma qualquer realidade, visa um principio de criação. A criação de novas imagens, que partindo da realidade, não representando nenhum lugar geográfico específico. A sua realidade e existência palpável apenas o são na presença física do suporte impresso, monitor ou projecção.
O processo de criação inicia-se a partir de uma fotografia digital. Com base no seu elemento indivisível: o ponto de cor “pixel”. É retirada à fotografia uma tira horizontal com a largura mínima desse elemento. É esta a matéria para a construção da nova imagem. Este pequeno elemento horizontal é justaposto lado a lado milhões de vezes e criará a nova imagem. O resultado é a criação de uma série de paisagens, que partem de uma ínfima parte do real, ou pelo menos de uma representação do real, para construir algo novo. Esta nova realidade que não existia até então, já estava de certa forma contida no original, criando aqui uma situação paradoxal de algo que não é realidade mas está nela contido.

Tópicos do trabalho:
Novos espaços gerados a partir de uma ínfima parte do real.
Eles estão contidos na realidade visível, assim a sua matriz de origem visível guarda em si uma série de novos espaços. Realidades dentro da realidade.
Momento/Espaço
Ocorre na criação destas imagens a criação de um espaço a partir de um momento específico. O momento que é parte de um todo, é modificado para ser ele mesmo um todo, um espaço.
Repetição/Dinamismo
A representação infiníta de um momento, prolongando a sua presença evoca um dinamismo que não deixa de ser surpreendente, pois as imagens são criadas através de um processo de repetição. Repetição que é vulgarmente associada à monotonia e estatismo, mas que resultam aqui em imagens evocadoras de velocidade.

Velocidade/Metáfora de uma era/Layers de informação invisíveis
A velocidade de uma era em que as deslocações são cada vez mais virtuais e instantâneas e o sentido de presença cada vez menos físico. As deslocações são percorridas pelos telefones, pelas câmaras fotográficas dos telefones, pelose-mails ou pelas comunicações wireless que povoam o espaço em que vivemos criando uma atmosfera de informação que passa por nós, mas não a vemos.

Percorem um espaço que é o nosso mas de forma invisível para nós.
Estas paisagens tornam-se como metáforas para esses espaços incorpóreos e não palpáveis, criando lugares virtuais mas com base em realidades concretas. Em comum com as layers de informação que povoam o nosso espaço têem o facto de terem contacto com a nossa realidade, mas não serem a nossa realidade, surgem dela mas é impossível para nós tocarmos neles. Existêm ambos para nós como ideia, não presença física.

Ideia/Entendimento da realidade
Sair da nossa realidade para outra, regressando a ela com novas formas de entendimento. O estudo destas imagens como ideia. Uma ideia que, por se afastar do modo como entendemos a concepção e organização da
nossa própria realidade, poderá funcionar como objecto produtor de conhecimento e melhor entendimento desta, funcionando num processo de: 1º- afastamento da nossa realidade, 2º- análise da ideia como realidade paralela, 3º- retorno à nossa realidade, 4º- a possibilidade de melhor compreenção e de criação de conhecimento sobre a realidade de origem.

“A segunda transformação acelerada própria do mundo contemporâneo e a segunda figura de excesso característica da sobremodernidade, dizem respeito ao espaço. Sobre o espaço poderíamos dizer, em primeiro lugar e, também aqui, um pouco paradoxalmente, que ele é correlativo ao estreitamento do planeta: dessa distância de nós a nós mesmos a que correspondem as performances dos cosmonautas e a ronda dos nossos satélites. Num sentido, os nossos primeiros passos no espaço reduzem o nosso espaço a um ponto ínfimo, cuja medida exacta nos é dada, precisamente, pelas fotografias tiradas por satélite. Mas, ao mesmo tempo, o mundo abre-se a nós. Estamos na era da mudança de escala, no que respeita à conquista espacial, certamente, mas também na terra: os meios de transporte rápidos põem qualquer capital a umas horas apenas de qualquer outra. Na intimidade das nossas casas, por fim, toda a espécie de imagens, retransmitidas pelos satélites, captadas pelas antenas que se erguem nos telhados da aldeia mais remota, podem dar-nos uma visão instantânea e, por vazes, simultânea, de um acontecimento que se está a produzir no outro extremo do planeta.
É certo que pressentimos os efeitos perversos e as possíveis distorções de uma informação cujas imagens são seleccionadas desta forma: para além de poderem ser manipuladas, para usar uma expressão habitual, a imagem (que não passa de uma entre milhares de outras possíveis) exerce uma influência e possui uma força que excede em muito a informação objectiva que vincula. Por outro lado temos que constatar que se misturam, quotidianamente, nos écrans do planeta, as imagens da informação, com as imagens da publicidade e as da ficção, cujos tratamentos e finalidades não são idênticos, pelo menos em princípio, mas que criam, sobre os nossos olhos, um universo relativamente homogéneo na sua diversidade. O que é que pode haver de mais realista e, num certo sentido, mais informativo, sobre a vida nos EUA, que uma boa série americana?” (1)

Afastamento do universo das imagens de informação e publicidade
Na era em que a imagem assume um papel preponderante com o seu poder de comunicação, atribuição de sentido e associação, em que algo está sempre a ser promovido e a despertar a atenção, ocupando na imagem um lugar destacado: o primeiro plano, e ondo tudo o resto parece “paisagem”,
pois o que interessa é o que dá valor, o que associa e provoca desejo.
As imagens neste projecto criadas são precisamente paisagem. É a paisagem que interessa, não há a promoção de um acontecimento ou produto específico, há sim uma continuidade que apelará a uma contemplação, e provavelmemte, habituados a procurar sentido em tudo, haverá a necessidade de destacar algo em particular, como a fotografia nos ensinou com a necessidadede procurar o primeiro plano, as personagens, aquilo que se distingue do resto, aquilo que nos ensinaram e para o qual fomos educados a ver, mas que não está lá. A imagem funciona como um todo, uma unidade indivisível, e permanentemente estável. Por isso este trabalho será uma paisagem, mas uma paisagem no estado puro onde a contemplação é tudo o que nos resta perante a sua presença. Não há casas. Não há pessoas. Não é algo que possamos ver ou que exista na nossa realidade de modo tão rigoroso… mas que estranhamente se assemelha a uma simples paisagem.

Inquietação
Inquietação por não haver algo humano, um elemento, que por mais pequeno que seja, quebre a monotonia, crie o factor humano do erro, do irregular e assimétrico. Não há nenhum elemento que fuja à perfeição do rigor da construção digital. A imagem está lá, a procura e inquietação que desperta no espectador é resultado do seu próprio hábito de procurar algo que se destaque, de procurar o “produto”.

“Se um lugar pode defenir-se como identitário, relacional e histórico, um espaço que não possa defenir-se nem como identitário, nem como relacional, nem como histórico, definirá um não-lugar. A hipótese aqui defendida é a de que a sobremodernidade produz não-lugares, ou seja, espaçõs que em si mesmos não constituem lugares antropológicos e que, ao contrário da modernidade baudelairiana, não integram os lugares antigos: inventariados, classificados e promovidos a “lugares de memória” estes ocupam naquela um lugar circunscrito e específico.” (2)

Classifiação
Pode este ser um princípio para a classificação das imagens deste projecto, no entanto, estas estarão sempre para lá dessa classificação de lugar antropológico, dada a sua existência como ideia e não algo físico. Não deixando, contudo, estes momentos de partirem de uma realidade concreta: a nossa realidade física e visível, tendo assim também algo dela, quanto mais não seja pela sua origem.
“Na situação da sobremodernidade, uma parte do exterior é feita de não-lugares e uma parte dos não-lugares, de imagens. Frequentar os não-lugares constitui, hoje em dia, a ocasião de uma experiência sem precedente histórico, de individualidade solitária e de mediação não humana (basta um cartaz ou um écran) entre o indivíduo e o poder público.” (3)



1 AUGÉ, Marc. Não-lugares: Introdução a Uma Antropologia da Sobremodernidade. Trad. Lúcia Mucznik, Bertrand Editora, 1994.
2 ibidem
3 ibidem



Pedro Sá, Abril 2005

RELAÇÃO SOM/IMAGEM

Bárbara Castelo Branco

Nos primórdios do audiovisual o som era tido como um acompanhamento à imagem para mais expressividade e intensidade. No cinema, por exemplo, o som ambiente muitas vezes serve para intensificar uma cena quer seja romântica ou de terror. Na televisão pode ser utilizado para identificação imediata de um programa, dar importância a um personagem, estimular a recordação de eventos, etc.
Bárbara_Abril 01
No entanto, a imagem também exprime e ilustra o som. Todo o artista de música comercial não dispensa o videoclip para o seu novo single, ou seja, usa a imagem como meio de promover a música. No início dos anos 90, surgiu um novo fenómeno conhecido como VJing, uma performance multimédia com música e video ao vivo manejados por um Video Jockey. Neste caso, a imagem foi aliada ao já conhecido acto de remisturar música ao vivo por um Disc Jockey, ilustrando o som.
Sem dúvida que a visão e a audição são os dois sentidos que hoje em dia mais utilizamos e provavelmente por isso os mais apelados.
No audiovisual o relacionamento entre estes dois sentidos ainda deixa algumas dúvidas. Como poderemos saber quando é que um som se adequa perfeitamente a uma imagem e vice versa? Será por intuição? Por sensações que nos possam provocar? Poderá haver uma relação para além do sentido entre som e imagem?
Bárbara_Abril 02
Estas perguntas surgiram no início do projecto quando comecei a refletir sobre o tema “Relacionamento som/imagem”. Com o intuito de lhes dar resposta dei por mim a desenvolver uma ideia para relacionar estas duas vertentes numa narrativa audiovisual que se tornaria no objecto de estudo. Após algumas indecisões relativamente à metodologia do projecto, resolvi aproveitar o facto de estar a trabalhar com o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores do Porto (INESC) para usufruir das suas instalações relativamente novas, bastante limpas, brancas e luminosas. Desta forma, fotografei, com pouca velocidade e por isso com arraste, uma personagem vestida de preto, para criar contraste, a percorrer edifício procurando sempre espaços com pouca informação. Obtive resultados interessantes onde a personagem aperesenta várias formas e em alguns casos manchas desfiguradas. Apartir destas imagens (já realizadas) estou a montar um video onde posteriormente aplicarei a ideia que acima mencionada. Esta consiste na utilização de uma grelha (com a forma de linhas de uma pauta de música) sobre as imagens e encontrar pontos de referência (tons cromáticos, contrastes, formas evidentes) traduzindo-os em notas musicais. Com rítmo pré-definido por mim irei transformar os resultados na melodia base dom som do projecto.
A ideia surgiu de uma aula de Desenho Gráfico II no primeiro semestre, onde realizamos um exercício que consistia em traduzir três minutos de som em imagem. Desta forma, pretendo fazer o contrário, utilizando as imagens como meio de obter o som. Pretendo criar um relacionamento entre imagem e som quase físico para que, através deste esquema, se torne verdadeiro.

quarta-feira, abril 27, 2005

A Condição Humana

Dária Joana Teixeira Salgado
2º texto actualizado correspondente à data 03-04-05

1ª fase _ num acto isolado, o indivíduo reflecte sobre a sua condição, o seu passado, a sua história
_ reflexão da condição humana através da fotografia

‹‹A realidade está em constante mudança, o que está à volta é efemero e existe um movimento constante que nos
leva à dissoluçaõ››, José Miguel Cortés, Orden y Caos.

‹‹A imagem fotográfica de um rosto é sempre uma imagem do passado e, portanto, virtualmente, um prenúncio de
morte›››, Eduardo Geada, no texto Depois do Cinema do livro Relação Imagem Cinematográfica - Representação do Real.

Fotografia _ a procura da identidade (a condição humana) através do duplo
Através do artifício da fotografia alguns indivíduos são representados inseridos num
ambiente paisagem pedindo-lhes que se deixem observar sem que eles próprios observem o dispositivo fotográfico - mediador entre a realidade e a ficção. O plano médio é o enquadramento escolhido para as várias situações representativas (7 pessoas – 7 representações) porque permite destacar um rosto “perdido” num ambiente, neste caso a paisagem natural, conferindo-lhe uma dimensão poética à solidão. Cada momento registado é convertido numa imagem que vai corresponder ao duplo de cada indivíduo, esta imagem recriada ou reproduzida serve como aparência isolada de cada rosto no local e no tempo para que cada indivíduo num acto isolado observe a sua própria representação, ao mesmo tempo que se deixa novamente fotografar. Daqui resulta uma nova representação - a representação da representação, a sincronização de tempos diferentes (presente e passado), o espelho, o duplo, a dupla representação...a fronteira entre a ficção e a realidade, ou seja, a junção do original e do reflexo. A tentativa de alcançar a realidade lembra-nos a nossa natureza efémera, da ordem dos reflexos e temporária, "relembra-nos a nossa transitoriedade, as formas ficam, permanecem, nós é que permutamos" Jorge Molder, no texto Duplex, do livro Michelangelo Pistoletto e la Fotografia.

‹‹ Os homens são seres solitários, cada um tem o seu círculo››, retirado do filme de Alexandre Sokurov, O Dia do Eclipse.

‹‹ A maior diferença entre uma pessoa e um cão é que o cão é feliz porque não sabe o que é a morte; o homem, sabendo, é menos feliz. Deus castigou-nos, não quando nos expulsou do paraíso, mas quando nos mostrou o mistério da morte››, Alexandre Sokurov, Cinemateca Portuguesa - Museu do Chiado.


Diagrama correspondente às imagens
1º momento_ indivíduo inserido na paisagem = 1ª representação fotográfica
2º momento_confronto do indivíduo com a sua própria representação = 3ºmomento_ 2ª representação fotográfica
paisagem = representação do mundo no sentido global, funciona como elo de ligação entre a humanidade
rosto = medium representação do mundo, espelho da alma e a própria alma espelho do mundo
duplo = imagem espectro do homem,consciência de si próprio = existência =condição humana
sombra = é a grande metáfora daquil que não é, confunde-se com o real, Homem + sombra = testemunho da existência

dária duplo

A construcção de uma identidade do humano

Bruno Oliveira

Como podemos explicar o movimento constante à volta de uma ideia do corpo que se vai tornando cada vez mais difusa, ao ponto de observarmos o seu eventual desvanecimento? Podemos asso-ciar esses sinais ao deslocamento e ao desvanecimento das fronteiras que nos habituamos a desenhar em redor da ideia do corpo, limites esses fundamentais para
a construcção de uma identidade do humano. Essa batalha intensa que faz do organismo humano participa na construcção e desfocagem, por exemplo, da velha dualidade cartesiana entre corpo e mente, da oposição entre orgânico e mecânico (o homem e a máquina), ou mesmo da linha de separação entre a vida e a morte.
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Dentro desta noção mais plástica do corpo, encontro-me numa fase de captação de imagens que são construídas na base e conceito de material, que deve ser entendido de forma desfuncionalizada do corpo e mesmo como uma desumanização
das imagens enquanto corpo.
Embora nesta fase de trabalho os materiais existentes se relacionem directamente com o conceito exótico de corpo enquanto imagem, o objectivo é perceber quais são os limites deste material que servirá de apoio a quebrar com algumas noções deste mesmo conceito. Um caminho a seguir para perceber até que ponto estas imagens podem ser
utilizadas como suporte de trabalho são as novas técnologias.
As novas tecnologias alteram culturalmente a nossa percepção do corpo humano, de um sistema naturalmente auto-regulado para um objecto artificialmente controlado e electronicamente transformado. A manipulação digital da aparência do corpo (e não do corpo propriamente dito) expressa claramente a plasticidade da nova identidade do corpo físico.
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Observamos regularmente este fenómeno, quer seja através das representações mediáticas de corpos idealizados ou imaginados, de projecções gráficas maleáveis e cambiantes em realidade virtual, ou de corporifi-cações visuais em rede da presença dos utilizadores. Desenvolvimentos paralelos nas tecnologias têm finalmente nos permitido expandir essa plasticidade imaterial para os corpos físicos. A pele não é mais uma barreira imutável que contém e define o corpo no espaço. Ao contrário, ela se torna o local de transmutações contínuas. Mais que tornar visível o invisível, é necessário elevar a nossa consciência do que permanece firmemente além do nosso alcance visual, mas que, apesar de tudo, nos afecta directamente.

Memo 30.4

para os esquecidos...
memo

terça-feira, abril 26, 2005

Estágio jornal “Público” 2º Relatório

Daniela Graça - 12|04|2005
2ºrelatório2ºfórum_img01

“Follow me.” - disse, Pedro Almeida.
Ao sair da redacção, primeira porta à direita, segunda à esquerda. Já sei onde é a casa-de-banho!
No primeiro dia (09 de Março de 2005) debrucei-me (mais) sobre o “Público”. Com o jornal do dia e os Manuais de Estilo comecei a decifrar o(s) código(s).
Aos poucos a panóplia de informação visual gráfica começa a revelar uma linha estrutural lógica. E, mais do que apenas saber que há razão para a existência dos elementos, essa razão começa a revelar-se.
O primeiro grande desafio é esse: saber identificar os elementos do jornal, conseguir distribuí-los e conjugá-los de acordo com o estilo do “Público”. Já que a adaptação à ferramenta de paginação é praticamente imediata. A ferramenta utilizada é o “indesign”, programa com o qual já trabalhei em vários projectos académicos.
A novidade na ferramenta é a “DT”, a base de dados, onde se concentram todos os textos, imagens e onde se guarda todo o trabalho em desenvolvimento até estar finalizado. A DT facilita o processo de feitura do jornal porque põe ao dispor de todos os trabalhadores, e em simultâneo, os elementos que o constituem. As tarefas estão distribuídas de maneira a que o processo encontre o menor número de obstáculos e que flua o mais ligeiramente possível. Por exemplo, a publicidade, o primeiro elemento a ser colocado na página e que condiciona a distribuição das notícias desde logo, e o cabeçalho são elementos nos quais não cabe aos Gráficos trabalhar.
Os “layouts” vão chegando aos Gráficos em folhas A4, com grelhas de pequenos rectângulos que representam, cada um, 200 caracteres, ao ritmo do trabalho nas secções jornalísticas. Dificilmente antes das 18 horas! É feito o “template” na base de dados, que consiste no esqueleto da página. O texto é fictício e o espaço das imagens é ocupado por caixas de cor.
Ao mesmo tempo, os Jornalistas vão finalizando os seus textos e os fotógrafos trabalhando nas imagens. Ambos colocam os respectivos trabalhos na DT onde os Gráficos os vão buscar para colocar nas páginas. Ao ritmo de quem toma a iniciativa.

2ºrelatório2ºfórum_img02

Nesta altura, quando a página começa a ganhar uma forma semelhante à final, podem começar a surgir alguns problemas. Às vezes há texto em demasia para o espaço disponível; outras vezes o texto não é suficiente para ocupar o espaço necessário.
Aqui entra a cooperação do Editor e/ou Director de Fecho com os Gráficos. Quer o Editor quer o Director de Fecho têm a responsabilidade/capacidade de acrescentar ou cortar texto. O mesmo pode acontecer com a imagem, embora o “Público” tenha uma política de não intervenção na fotografia. Ao contrário, verificando-se que uma imagem fotográfica é da autoria de um “fotógrafo da casa”, procura-se dar-lhe maior destaque, sempre que possível.
Isto verifica-se principalmente na página “HOJE”. Esta, a última dos Cadernos Porto e Centro (feitos no Porto), é a que permite maior liberdade e criatividade gráfica. Quer pelo facto de ter menos informação (uma breve, fixa no cabeçalho, e três notícias, no máximo, acompanhadas de, pelo menos, uma imagem), quer por não exigir o respeito à grelha e colunagem que é essencial em todas as outras páginas. Nesta página, o branco, o vazio também é “notícia”!
Antes de seguirem para a última fase elaborada no jornal, a conversão em ficheiro pdf para a impressão final, cada página é impressa em folhas A4 e revista e aprovada pelo Director de Fecho.

Queima das Fitas

Mensagem dos alunos para os alunos:

Reunião Quinta-feira, 28 de Abril, 14:30
Cada um dos interessados deve comprar cartola, bengala, etc.
+ T-shirt cinza claro de manga curta (raparigas: T-shirt justa)
Iremos decidir em conjunto o que estampar na T-shirt.

"O romance começa numa estação ferroviária"

Ana Brandão
ab
"O romance começa numa estação ferroviária, ronca uma locomotiva, um arfar de êmbolo tapa a abertura do capitulo, uma nuvem de fumo esconde arte do primeiro paragrafo" (Italo Calvino,"Se numa noite de inverno um viajante",pag.13 )

segunda-feira, abril 25, 2005

Asas

asas-cxc
Ilustração Christina Casnellie

Quando a encontrei, eu ainda era um homem com asas.
Minhas especialidades na vida consistiam em apenas três: voar, descer por chaminés e investigar fechaduras.
Nunca fizera ou participara de qualquer batalha. Nunca matara um homem. E somente uma vez, e assim mesmo estimulado por amigos, eu tentara o salto para o precipício.
Desisti, pois as asas não suportariam o peso do meu corpo.
Então, quando a conheci, foi aquele arrebatamento. Em instantes, ela fez com que eu provasse dos seus mistérios. Em minutos, eu soube como se amarrava um tigre, como se esquartejava uma corça, como se degolavam macacos.
Fomos festim e o incêndio. Frequentámos todos os mamíferos, todos os quelónios, inventamos répteis e galin´cios sobre a cama. Pelo corpo, simulámos os maquinários e os carrosséis, os vulcões e o alto mar.
Depois ela partiu.
Hoje eu já matei um homem e fiz algumas guerras. Ando na multidão, fumo cigarros e bebo conhaque. Sinto o pó das ruas nos pés e roço o meu corpo em mulheres anónimas.
E abandonei as asas.
In «Pequeno Tratado das Ilusões» de Paulinho Assunção

Processo de Selecção de Colaborador/a p/ Produção e Marketing de Actividades Culturais

A Transforma – AC é uma associação cultural s/ fins lucrativos sedeada em Torres Vedras, com 5 anos de actuação e uma equipa jovem e experiente. Financiada pelo Ministério da Cultura / Instituto das Artes (2005/2008) e pela Câmara Municipal de Torres Vedras, e com parcerias com diversas organizações a nível local, nacional e internacional, a Transforma está à procura de alguém que queira desenvolver este projecto connosco a partir de um novo espaço no centro da cidade.
A nossa missão, e a do/a novo/a colaborador/a, é alargar o acesso à actividade artística contemporânea, sobretudo a nível local, através do apoio à criação e programação nas áreas das artes visuais, dança, teatro, música e áreas transdisciplinares, bem como da formação e edição.
Conteúdo Funcional:
As funções a desempenhar dividem-se em dois eixos principais; serão executadas com autonomia, com base nos objectivos fixados pela direcção da Transforma:
- marketing research e comunicação – definição de produtos (em ligação com a direcção artística), angariação de meios, acompanhamento regular de públicos;
- produção de eventos e reporting geral.
Perfil desejado:
A pessoa a recrutar será alguém que tenha:
- formação superior em áreas que integrem Marketing, Comunicação, Gestão de Projectos e/ou Produção de Eventos Culturais (preferencialmente), ou experiência em produção de eventos culturais/artísticos ou em gestão de artes (mínimo de 3 anos);
- bom domínio escrito e oral da língua inglesa;
- domínio da informática, nomeadamente de ferramentas de gestão de contactos e de projectos;
- carta de condução (preferencial).
- uma atitude positiva e dinâmica;
- espírito de iniciativa, e uma postura atenta e proactiva;
- excelentes capacidades de comunicação;
- boas competências de relacionamento interpessoal (um-a-um e em grupo).
Disponibilidade:
Imediata, com horário flexível e possibilidade de trabalho nocturno em momentos de programação, sem prejuízo de um máximo de 40 horas semanais, bem como para deslocações em território nacional e ao estrangeiro.
Oferecemos:
Remuneração fixa (conforme experiência demonstrada) e comissão anual, calculada com base nos objectivos alcançados.
Processo de Selecção:
Agradecemos o envio das propostas para a Transforma – AC até ao dia 26 de Abril (data de correio) acompanhadas por curriculum profissional detalhado e carta de motivação. Existirá uma avaliação curricular seguida de entrevista profissional, a realizar na Transforma a 07.MAI.2005 (horário a combinar).
Local de Trabalho:
Instalações da Transforma em Torres Vedras.
Transforma AC, Rua da Paz, 11, Catefica, 2560-587 Torres Vedras; t. 261 336 320; e. info@transforma.jazznet.pt

FIKE 2005 – 5º Festival Internacional de Curtas-Metragens de Évora

FIKE 2005 – 5º Festival Internacional de Curtas-Metragens de Évora regressa no próximo mês de Novembro, entre os dias 18 e 26.

É um Festival independente de Cinema promovido pelo Cineclube da Universidade de Évora e pelo Pateo do Cinema – Núcleo de Cinema da SOIR Joaquim António de Aguiar, duas associações culturais que promovem o Cinema como forma de arte e manifestação cultural, assim como o desenvolvimento social e cultural através da Cultura, criando oportunidades de promoção e desenvolvimento económico na região em que se insere.
A exibição e promoção da curta-metragem como um dos mais produtivos e criativos formatos como uma entrada para o mundo mágico do Cinema criado por grandes artistas.
A promoção de valores de Cidadania, Cultura e compreensão mútua entre indivíduos e nações é um dos pilares do Festival. O outro, a criação de oportunidades para realizadores e produtores exibirem e divulgarem os seus trabalhos, permitindo ao público a experiência de ver, numa das mais interessantes cidades de Portugal, o que de melhor foi feito no campo da curta metragem durante o ano anterior ao Festival.
Brevemente publicaremos no site do Festival as condições de admissão para a quinta edição do festival. Procuramos curtas-metragens de ficção, animação e documentários com a duração máxima de 35 minutos, produzidas após 1 de Janeiro de 2004. Excepcionalmente poderão ser admitidos à competição filmes com duração até 40 minutos.
Anunciamos, para este ano, uma COMPETIÇÃO ESPECIAL em associação com as celebrações do Bicentenário da Biblioteca Pública de Évora o Festival criou uma competição de curtas metragens sobre Os Livros e a Leitura assim como abordagens de todas as temáticas relacionadas com o prazer da Literatura e da Poesia. Para esta secção especial serão seleccionados filmes produzidos após 1 de Janeiro de 2001. Consulte o nosso web site dentro de alguns dias: http://www.fikeonline.net

Os melhores cumprimentos,
João Paulo Macedo - Director do Festival

[ CONTACTS / CONTACTOS ]
FIKE 2004
Festival Internacional de Curtas Metragens de Évora
Évora International Short Film Festival
Pateo do Salema, 7 - A
7000-818 ÉVORA

Tel: +351 266 708 489
Fax: +351 266 708 488 / + 351 266 703 137

e-mail: fike@fikeonline.net
www: http://www.fikeonline.net

Os Goliardos e a Rita Carvalho

Não percam, vale a pena!!!
Goliarda

Memo mensal projecto pessoal

IMPORTANTE: até 30 de Abril!
Lembra-se, que:
De acordo com o que ficou estabelecido no documento orientador, todas as alunas e alunos devem enviar, para TODOS os professores, por email, até ao final de cada mês uma memória descritiva do
desenvolvimento do projecto.
Sugiro os seguintes formatos:
Um documento PDF, com o máximo de 02 páginas A4 e opcionalmente 1/2 imagens.

Para quem pretender publicar esse documento no blog:
Texto processado em word, com as imagens em ficheiros separados (largura máxima: 400 pixeis
formato gif ou jpg, resolução: 72 dpi's

Pel' coordenação pedagógica
quintoanodesign:
Adriano Rangel 25-04.

Editar imagens no blog

Pede-se a todas alunas e alunos que:
as imagens que são enviadas para editar no nosso blog deverão ter as seguintes características:
largura máxima: 400 pixeis
formato gif ou jpg
rsolução: 72 dpi's

Obrigado!
Adriano Rangel

Narciso quis as flores, apaixonadamente

Ana Cláudia Caldelas Araújo; Projecto_animação+ilustração
narciso

(…) «Narciso quis as flores, apaixonadamente. E então aceitou a mulher, mas moderadamente. E foi assim que eu, Rosa do Prado, me pude insinuar, graças ao meu nome, no coração da paixão de um homem. Mas permaneci na sua periferia, pois era parco o amor de Narciso por mim. Pouco me importava, já que para ele eu era, ou pelo menos assim o acreditei nessa altura, a mulher ideal.
Hoje sei tudo sobre a bractéola, o ginóforo e a ginândria, sobre o eleuterógeno, o perintano.» (…)

(excerto do conto”Narciso” de Brigitte Martinez, ao qual corresponde a ilustração)

O PRIMEIRO CINEMA

imagem

Alexandra Ribeiro
Memóriabril
O CINEMA ESTÁ MUITO GASTO. TODOS OS PROCESSOS, TODAS AS VIRTUOSIDADES TÉCNICAS ESTÃO CANSADAS. PENSEI NISSO AO FAZER AMOR DE PERDIÇÃO E RESOLVI REGRESSAR AOS PRIMÓRDIOS, VOLTAR AO PRINCÍPIO, COMO SE FOSSE O PRIMEIRO CINEMA ( O PRIMEIRO CINEMA ERA MAIS PURO)
Manoel de Oliveira em CASHIER DU CINEMA, 1988
As sociedades modernizadas estão neste momento submersas por referências do cinema comercial, mais especificamente do mainstream de Hollywood. O cinema desde o seu aparecimento chegando aos dias de hoje, tem vindo a ganhar uma importância e adeptos como nenhuma arte actualmente parece possuir. A ominipresença da sétima arte nos mais variados campos do audiovisual, e não só, deve-se à sua massificação, que parece resultar com o aparecimento de tecnologias como o vídeo (e o dvd). A possibilidade de manipular a imagem deixou de ser feita apenas pela montagem original da responsabilidade do realizador e montadores, passando, o espectador, a ser interviniente activo nessa manipulação. O fluxo de imagens deixa de ser contínuo para passar a ser o que o espectador quiser pelo simples carregar das teclas rewind, forward.
Grupos de artistas têm vindo a repensar o cinema numa outra perspec-tiva. Procuram envolver o espectador não por processos narrativos de ficção banhada por uma realidade, mas por dar espaço para que encontre a sua própria posição perante novas formas cinematográficas.
L’AVVENTURA de Antonioni foi o primeiro filme onde o autor preteriu a narrativa a favor de uma autonomia de outros elementos, tais como o plano, o som, a cenografia, a mise en scène, a fotografia, etc . Ao colocar a questão da primacia da narrativa, relegando-a para um plano de fundo, deixando de ser o centro do filme, quebrou com uma das mais básicas questões da gramática do cinema.
Godard foi outro nome que procurou investigar e radicalizar o uso das várias técnicas cinematográficas visando a construção de umaestruturas e gramáticas resultantes da violação, ou transformação da linguagem cinematográfica clássica.
Numa fase prática, a minha pesquisa passa pela:
_ apropriação de imagem;
_ manipulação de imagem e som;
_ desconstrução da continuidade narrativa.
Percorrendo o cinema português, desde os seus primórdios até ao cinema actual, o meu projecto centrar-se-á na história, estética e cultura cinematográficas portuguesas. Um interesse pessoal que resulta de uma vontade de conhecer com mais pormenor a nossa história do cinema, assim como os tiques, as fórmulas e imagens que marcam a nossa cultura nesta área — não descartando qualquer posterior vontade de incorporar no meu projecto filmes estrangeiros que considere na altura relevantes.
Nesta primeira fase escolhi dois filmes do cinema português clássico: A menina da Rádio e O Grande Elias, de Artur Duarte.

do Pedro T


flyer, originally uploaded by quintoanodesign.

sexta-feira, abril 22, 2005

Experiência da viagem – da partilha e da liberdade

Projecto ANA RITA COELHO (ABRIL)
blog_img_04

Embora neste momento o projecto se encontre com as devidas alterações decorrentes após o fórum de Abril, este era o documento que sintetizava um pouco o meu trabalho até a essa altura. Neste momento, o trabalho, a nível teórico, encontra-se bastante mais desenvolvido, no entanto, aqui, é apresentada uma síntese.

Uma vez que este 5º ano é o momento indicado para fazer uma reflexão àcerca daquilo que nos move não só a nível profissional, artístico e cultural, como também a nível social e, mesmo, íntimo, optei por neste momento do projecto realizar uma hipernarrativa passível de ser partilhada (pela sua publicação em CD-ROM, ou pela sua publicação na Internet) e que espelhe, conforme aparece estruturado em diagrama no meu dossier digital, os conceitos que, para mim são importantes: partilha, amor, viagem, memória; através do mundo do som e do vídeo.

Questões como a partilha, o amor, a viagem são de uma importância fundamental para o ser humano. Mesmo que escondida por baixo de um verniz civilizacional, toda a procura interior que se faz pela viagem, pelo contacto com os outros, pela própria contemplação da paisagem (mediada), pela busca da felicidade e liberdade, continua a ser de grande relevância na nossa vida de "bárbaros civilizados". (Segundo a expressão de Lewis Henry Morgan.)

Um outro ponto de grande relevância é a ligação deste projecto às tecnologias digitais.

Pode levantar-se a questão: ao pretender chamar a atenção para questões fundamentais da vida das pessoas, como a interacção em grupo, as necessidades de afiliação, de amor, até de prestígio, enfim, essas questões não entrarão em conflito com o facto de o trabalho ser uma hipernarrativa e por isso estar inserido no ambiente artificial do computador?
Para além de ser meu intento criar uma estrutura sonora e imagética para um local em específico que não o do computador, ou seja, pensando num objecto para uma exposição, (cuja matriz são os mesmos conceitos da hipernarrativa) tenho a argumentar, no entanto, que aquele ambiente digital é criação do Homem e extensão dele. Criar ou dar a conhecer, por outro lado, significa também mediar:
"We are constantly adjusting our personal World map based on second-hand information. (...) I have no direct experience with Gregor Mendel's pea experiments, I have not been to Patagonia, I have never met Freud or Frost; and yet I know of them -- words and images concerning them are part of my world map. Most of what we know is prepared, screened, somehow processed for us." ( 1)
O computador como meio e a World Wide Web, foram criados pelo ser humano e, como tal, espelham parte das suas inquietações e características. A “WWW” nasceu da necessidade de criar fluxos de partilha de dados.
Uma vez que um dos elementos fulcrais envolvidos no projecto é o meio do vídeo, apresento, por último, um excerto d'O Olhar de Ulisses -- O Homem e a Câmara (edição Porto 2001, pp. 48,49) que resume exactamente o que penso da relação do registo vídeo com a experiência da viagem – da partilha e da liberdade – e o acto criativo.

"(...) o homem da câmara começou a sua travessia do mundo. (...) Sem o auxílio do olho ciclópico da câmara, o mundo ainda não existiria com toda a sua luz, essa luz não seria criadora, a parte da sombra, como a do sono, triunfaria sempre."


(1) Poggenpohl, Sharon H., "Secondhand Culture", Society of Typographical Arts Journal, 1988, in Looking Closer, Nova Iorque: Allworth Press, 1994, p.143

quinta-feira, abril 21, 2005

«Normas» relativas à entrega do Projecto INESC

Projecto INESC:

Máximo de 6 imagens por discente em suporte digital com as seguintes características:
tamanho - 800 x 600 pixel
formato - JPG
resolução - 72 DPI

Memória justificativa com aproximadamente 1000 caracteres (com espaços)

ENTREGA - DATAS FINAIS
2 de Maio (2ª feira) - último dia de entrega
3 de Maio (3ª feira) - reunião com júri constituído

Aula teórica

Aula teórica dedicada a métodos de investigação e estruturação de trabalho escrito. A presença é obrigatória para os alunos de Crítica e Investigação em Design. Todos os outros alunos são bem-vindos
Dia 26 de Abril, Terça, 14 horas
Local: dependerá da afluência, mas podemos encontrar-nos à entrada do Pavilhão de Design.

Heitor Alvelos

Jeff-Wall


Jeff-Wall, originally uploaded by quintoanodesign.

Chen Chieh-jen / la biennale di veneza


Veneza-1, originally uploaded by quintoanodesign.

la biennale


veneza 2, originally uploaded by quintoanodesign.

quarta-feira, abril 20, 2005

Publicaçoes versus ilustraçoes

Mais uma ideia:

"Podemos desenvolver uma pequena publicão, onde se
promova a ilustração, realizar pequenas ilustrações, em
que, por exemplo, se pode partir do mote: DIA MUNDIAL
DO LIVRO. Ou outro pretexto que pode ser discutido. Os
materias e técnicas estaria ao gosto de cada um."

Bruno Oliveira

Candidaturas para Mais Momentos

A Mais Momentos é uma empresa na área da comunicação e sensibilização ambiental, prestando serviços a terceiros dentro dessa área de actuação. No desenvolvimento dos nossos projectos necessitamos frequentemente de recorrer a colaboradores na área do design e comunicação.
Estamos neste momento a alargar a nossa rede de colaboradores, e por isso decidimos efectuar contactos com escolas e universidades da região do grande Porto, ora para receber candidaturas de alunos no final de curso ou já licenciados, ora para saber se as próprias instituições possuem algum tipo apoio pós-ensino dos seus alunos.
Pretendemos pessoas já com alguma, ou vasta, experiência na execução de trabalhos na área do design, design de comunicação e ilustração. Experiência essa apoiada por execução gráfica dos próprios trabalhos.
Nesse sentido estamos a contactar a Universidade de Belas Artes do Porto para obter indicações e divulgação desta nossa necessidade.
Ficaria então a aguardar a sua resposta, encaminhamento para pessoa/departamento mais adequado, ou até mesmo com indicação de potenciaisinteressados.

Melhores cumprimentos, Marta Dias

NOTA IMPORTANTE:
OS INTERESSADOS DEVEM CONTACTAR A PROFA. BEATRIZ GENTIL, POR EMAIL,
DESIGNANDO, NO MESMO, A REFERÊNCIA 'Mais Momentos'.
Qualquer outro esclarecimento deve ser junto da Profa. BEATRIZ

What is BookCrossing?

bookcrossing n. the practice of leaving a book in a public place to be picked up and
read by others, who then do likewise.
(added to the Concise Oxford English Dictionary in August 2004)
http://www.bookcrossing.com/

cortesia prof. João Cruz

Bolsa em pele encontrada no INESC

Data: 20 Apr 2005 09:42:45 +0100
De: Sandra Pinto
Assunto:  Bolsa em pele

A minha colega da Faculdade de Ciências informou-me que ontem esteve lá um
aluno a fotografar e deixou uma bolsa em pele. Ela só sabe que se chama João. Será que podem avisá-lo?

Muito obrigada, Sandra Pinto

troca de livros usados

troca de livros usados. os alunos gerem uma banca na entrada!!!
--
Eduardo Aires

na continuação da ideia proposta...

-- "oficina" de troca de livros na FBAUP
... que tal nao ficarmos apenas por um dia expecifico mas fazer uma bibliote=a
permanente, gratuita e sem requesições de livros?!
quando estava em erasmus na sheffield hallan university existia num dos anda=es
um cacifo (nada diferente dos nossos) que nao tinha porta e estava repleto d=
livros e tinha um papel a convidar todos a trocar, levar ou deixar livros de
todos os géneros. será que isso seria interessante?funcional?anti-roubo?
--
Sílvia Santos
bragabia@sapo.pt

"oficina" de troca de livros na FBAUP

Quem quer pegar nesta IDEIA???
"Apesar de eu não estar no Porto nessa ocasião, acho k uma das coisas k se podia fazer era uma "troca" de livros.
Alguns de nós podem ter por exemplo: livros repetidos, livros k já lemos tantas vezes (e k sabemos quase de cor) e k gostariamos de partilhar, ou pura e simplesmente livros para emprestar...
Seria uma espécie de mercado de troca de livros na FBAUP. " de Sofia Leal

Dia Mundial do Livro alguém têm uma ideia???

alunas e alunos do quintoanodesign:
DIA MUNDIAL DO LIVRO - 23 de Abril
Para celebrar o Dia Mundial do Livro alguém têm uma ideia???
Fácil e rápida, claro!
Com sustentabilidade (uma das importantes características do design)

Pel´Coordenação Pedqgógica Quintoanodesign
enviar email para: jrangel@fbaup.pt

Look in the Mirror!

erasmus
Look in the mirror! / Olha-te ao Espelho!

Uma exposição colectiva sobre identidade e auto-representação
e inauguração do Prémio FBAUP-Erasmus 2005

Museu da FBAUP
5 a 31 de Maio

Inaugura a 5 de Maio, 17h00

terça-feira, abril 19, 2005

TakeOne


TakeOne, originally uploaded by quintoanodesign.

segunda-feira, abril 18, 2005

Experimentadesign

Seleccionados dois alunos para workshop

Nesta data, o corpo docente do quinto ano de design reuniu
para tratar da coordenação pedagógica. Foram ainda apreciadas
as candidaturas das alunas e aluno que se candidataram para representar
a nossa Faculdade no workshop da experimentadesign2005.
Verificaram-se cinco candidaturas. Depois de ponderados os diferentes
critérios de selecção passou-se à votação nominal dos alunos representantes.
A lista final ficou assim ordenada:
1º Rui Silva
2º Sofia Leal
3º Christina Casnellie
4º Manuela Silva
5º Sílvia Santos
Pede-se então aos dois primeiros alunos, Rui Silva e Sofia Leal para se dirigirem esta tarde
ao gabinete da professora Beatriz Gentil, para procederem ao preenchimento dos documentos
que os habilitam a estar presentes na Experimenta.
Vai ser enviado email à Organização da Experimenta, que irá contactar esses alunos

Coordenação pedagógica quintoanodesign
Fbaup, 18.04.2005

domingo, abril 17, 2005

Da fotografia para um olhar com trajectória para o mundo

Contexto:
Procurar uma imagem da fertilidade e contaminação do acto fotográfico. Dito assim: no seu mais concreto estado de criação. Imagens indeterminadas a partir das ideias que se possam posicionar naquele espaço. A criação individual e colectiva para alcançar o todo através do pormenor e vice versa, ou ainda, como possibilidade de uma significativa inteligibilidade.
Ser e estar num espaço para perceber os mecanismos da revelação de um conceito como ponto de partida para uma proximidade determinada em narrar ao máximo. Nem que seja, o próprio conceito.
Cada vez mais existe um primado incontornável: do confronto entre a criação e a edição nasce a luz. Daí que o visível e o invisível separam-se por uma espessura muito fina. Ou ainda se quiserem: mediar também pode ser, tornar próximo o real e a ficção. É aqui que o olhar inicia a sua trajectória para conhecer o mundo.
Durante alguns dias vamos (re)descobrir as possibilidades da fotografia.
Adriano Rangel 04.05

Programa:
Cada aluna e aluno vai operar fotograficamente no espaço interior do Museu e no seu terraço, segundo um programa de ocupação a definir (acto fotográfico);
Convidará uma(s) pessoa(s) exteriores que irão constituir uma determinada personagem para servir uma produção visual e realizar naquele espaço. O décor e os adereços deverão ser da responsabilidade de cada interveniente. Convirá que cada projecto tenha, previamente, esquematizado num pequeno plano de produção;
Deve-se procurar constituir uma pequena equipa de produção dirigida por cada aluna(o) enquanto autor;
As imagens resultantes devem ser "montadas" com dispositivo próprio para constituir a continuidade de uma exposição para aquele espaço.
Nota importante:
Deste acto fotográfico pode resultar trabalho que venha a ser inserido no projecto pessoal.

Acção:
Dia 19 de Abril, terça - actos fotográficos:
AF01: Bárbara Castelo Branco (9h30 às 12h30)
AF02: Bruno Oliveira (14h30 às 17h30)

Dia 20 de Abril, quarta - actos fotográficos:
AF03: Daniela Barbosa (9h30 às 12h30)
AF04: Hugo Costa (14h30 às 17h30)

Dia 21 de Abril, quinta - actos fotográficos:
AF05: J. Campos + Zé Duarte (9h30 às 12h30)
AF06: Lígia Costa (14h30 às 17h30)

Dia 22 de Abril, sexta - actos fotográficos:
AF07: Luciana Marques (9h30 às 12h30)
AF08: Matilde Rocha (14h30 às 17h30)

Dia 25 de Abril, segunda - actos fotográficos:
AF09: Selma Flôr (9h30 às 12h30)
AF10: Sofia Leal (14h30 às 17h30)

Dia 26 de Abril, terça - actos fotográficos:
AF11: Sofia Suarez (9h30 às 12h30)
AF12: Susana Almeida (14h30 às 17h30)

Dia 27 de Abril, quarta:
Finalização e visionamento final dos
objectos fotográficos

quinta-feira, abril 14, 2005

Quintoanodesign/experimentadesign

Selecção de dois alunos para workshop

Candidatos:
Todas as alunas e todos os alunos a frequentar o presente ano lectivo;
Disponham, no momento presente, portfolio analógico ou digital;

Modo de candidatura:
Enviar email para rangel@istoe.pt
a) Com pequeno texto/resposta a (máximo 750 caracteres com espaços):
"Caracterize o tipo de intervenção da ExperimentaDesign em Portugal"
b) Com identificação:
nome completo, morada, código postal, localidade, telemóvel e email;
c) Prazo limite de envio do email: domingo, dia 17 até à meia noite.

Critérios de selecção :
a) Capacidade de síntese e nível de conhecimento sobre o assunto;
b) Repertório e competência revelados no presente ano lectivo;
Nota: todas as candidaturas serão analisadas por todos os professores
do quinto ano, cabendo a estes a selecção final dos dois alunos;
c) Da decisão será dado conhecimento durante a tarde de terça feira, dia 19, devendo as pessoas seleccionadas confirmar a sua ida nessa mesma data.

Coordenação pedagógica quintoanodesign