proj.: os mapas cartográficos
Cátia Teixeira
Um dos aspectos ou ideias centrais na cultura humana é a ideia de “viagem”. As viagens são uma forma fundamental de nos relacionarmos com o espaço. Este aspecto é central nos nossos mitos e histórias, encontra-se codificado na nossa arquitectura e implícito no nosso meio construído: nas ruas, nas redes de auto-estradas, nos caminhos-de-ferro que atravessam as localidades, nos aeroportos nos arredores das cidades, nos portos distribuídos ao longo das costas, etc. Estes caminhos servem um propósito lógico: mover pessoas e mercadorias. Podemos decidir ficar relativamente quietos e ainda assim as coisas encontrarão o seu caminho para chegar até nós. Mas mesmo esta solução implica algumas deslocações: para o trabalho, para a escola, e mesmo para o quarto ao lado. Os seres humanos têm uma habilidade limitada para multi – tarefas, pelo menos a um nível consciente, o que significa que qualquer desvio na nossa atenção agregada se transforma numa viagem.
Associado a este fascínio por viajar, desenvolvi um outro (este estético) gosto especial por mapas, quer pelo seu aspecto “gráfico” quer pela sua história. A arte de traçar mapas começou com os gregos, que no séc. VI a.C., em função das suas expedições militares e de navegação criaram o principal centro de conhecimento geográfico do mundo ocidental. Mas foi com os Descobrimentos, que os dados recolhidos durante as viagens tornaram os mapas mais exactos. Com a descoberta do novo mundo, a cartografia começou a trabalhar com projecções de superfícies curvas em impressões planas. Hoje em dia a Cartografia é feita através de fotometria e de sensoreamento remoto por satélite, com a ajuda de computadores, mais informações podem ser visualizadas e analisadas pelos geógrafos.
Na área que diz respeito ao desenho de mapas, várias categorias podem ser distinguidas, desde mapas de visualização de informação, sistemas de anotação, os mapas cartográficos, até aos mapas associativos ou mentais. Todos estes mapas representam uma determinada realidade, frequentemente baseada num domínio ou disciplina específica. Por ex: a visualização de informação oferece, normalmente, uma visão moldada ou fatiada baseada em estatísticas, os mapas cartográficos representam uma visão baseada em aspectos geográficos do nosso meio. Muitos mapas mentais apresentam uma visão pessoal, emocional ou artística sobre informação abstracta, sem qualquer equivalente na nossa realidade física.
As pessoas constroem complexos mapas mentais internos dos espaços onde vivem. Qualquer que seja o nosso destino recorremos a variadíssimos pontos de referência presentes na nossa memória, relacionando não só as meras características do próprio espaço, mas conectando outros factores, como “o quê” e “onde” consideramos mais seguro quando, por exemplo, nos deslocamos à noite, sozinhos. Estes mapas de espaços são influenciados por associações culturais impostas, associações territoriais, e por experiências passadas.
E se estes mapas internos e individuais se pudessem formalizar, exteriorizar, partilhar e estender colectivamente? Certamente iria mudar radicalmente a forma como as pessoas se relacionam, tanto com o espaço envolvente como umas em relação às outras.
A minha intenção é então proceder a uma recolha variada de mapas e a uma investigação teórica, que pretende não só uma tomada de consciência relativamente ao assunto em questão, mas também uma acção crítica e interventiva.
Por esta vertente de investigação e crítica do meu projecto considero pertinente apontar o Prof. Heitor Alvelos como meu tutor. Não excluo, no entanto, a possibilidade de uma haver um intrusamento com as restantes áreas, uma vez que me parece perfeitamente possível que este trabalho recorra, igualmente, à fotografia e ao vídeo como forma de apresentação final.
Fevereiro 2005
Um dos aspectos ou ideias centrais na cultura humana é a ideia de “viagem”. As viagens são uma forma fundamental de nos relacionarmos com o espaço. Este aspecto é central nos nossos mitos e histórias, encontra-se codificado na nossa arquitectura e implícito no nosso meio construído: nas ruas, nas redes de auto-estradas, nos caminhos-de-ferro que atravessam as localidades, nos aeroportos nos arredores das cidades, nos portos distribuídos ao longo das costas, etc. Estes caminhos servem um propósito lógico: mover pessoas e mercadorias. Podemos decidir ficar relativamente quietos e ainda assim as coisas encontrarão o seu caminho para chegar até nós. Mas mesmo esta solução implica algumas deslocações: para o trabalho, para a escola, e mesmo para o quarto ao lado. Os seres humanos têm uma habilidade limitada para multi – tarefas, pelo menos a um nível consciente, o que significa que qualquer desvio na nossa atenção agregada se transforma numa viagem.
Associado a este fascínio por viajar, desenvolvi um outro (este estético) gosto especial por mapas, quer pelo seu aspecto “gráfico” quer pela sua história. A arte de traçar mapas começou com os gregos, que no séc. VI a.C., em função das suas expedições militares e de navegação criaram o principal centro de conhecimento geográfico do mundo ocidental. Mas foi com os Descobrimentos, que os dados recolhidos durante as viagens tornaram os mapas mais exactos. Com a descoberta do novo mundo, a cartografia começou a trabalhar com projecções de superfícies curvas em impressões planas. Hoje em dia a Cartografia é feita através de fotometria e de sensoreamento remoto por satélite, com a ajuda de computadores, mais informações podem ser visualizadas e analisadas pelos geógrafos.
Na área que diz respeito ao desenho de mapas, várias categorias podem ser distinguidas, desde mapas de visualização de informação, sistemas de anotação, os mapas cartográficos, até aos mapas associativos ou mentais. Todos estes mapas representam uma determinada realidade, frequentemente baseada num domínio ou disciplina específica. Por ex: a visualização de informação oferece, normalmente, uma visão moldada ou fatiada baseada em estatísticas, os mapas cartográficos representam uma visão baseada em aspectos geográficos do nosso meio. Muitos mapas mentais apresentam uma visão pessoal, emocional ou artística sobre informação abstracta, sem qualquer equivalente na nossa realidade física.
As pessoas constroem complexos mapas mentais internos dos espaços onde vivem. Qualquer que seja o nosso destino recorremos a variadíssimos pontos de referência presentes na nossa memória, relacionando não só as meras características do próprio espaço, mas conectando outros factores, como “o quê” e “onde” consideramos mais seguro quando, por exemplo, nos deslocamos à noite, sozinhos. Estes mapas de espaços são influenciados por associações culturais impostas, associações territoriais, e por experiências passadas.
E se estes mapas internos e individuais se pudessem formalizar, exteriorizar, partilhar e estender colectivamente? Certamente iria mudar radicalmente a forma como as pessoas se relacionam, tanto com o espaço envolvente como umas em relação às outras.
A minha intenção é então proceder a uma recolha variada de mapas e a uma investigação teórica, que pretende não só uma tomada de consciência relativamente ao assunto em questão, mas também uma acção crítica e interventiva.
Por esta vertente de investigação e crítica do meu projecto considero pertinente apontar o Prof. Heitor Alvelos como meu tutor. Não excluo, no entanto, a possibilidade de uma haver um intrusamento com as restantes áreas, uma vez que me parece perfeitamente possível que este trabalho recorra, igualmente, à fotografia e ao vídeo como forma de apresentação final.
Fevereiro 2005
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