Outros mapas
Cátia Teixeira
‘I sense that humans have an urge to map – and that this mapping instinct, like our opposable thumbs, is part of what makes us humans.’
You Are Here, Personal Geographies and Other Maps of the Imagination, Katharine Harmon
Ironicamente e provavelmente em consequência de uma dificuldade, há ja muito reconhecida, de orientação, surgiu esta paixão por mapas. Poderia tentar explicar tal facto curioso como uma forma de catarse, mas considero, sobretudo, que este ‘gosto’ está muito relacionado com a linguagem visual codificada dos mapas.
Inicialmente a pesquisa esteve mais direccionada para uma recolha e reconhecimento das variadas categorias existentes de mapas, conduzindo, posteriormente, a diferentes referências bibliográficas. No estudo de algumas destas referências foram-se destacando pontos de interesse, como os mapas mentais e um conceito que poderá estar na base do futuro percurso deste projecto: a possibilidade de marcar (mapear) os espaços reais de forma invisível.
No desenvolvimento desta ideia surgiu a necessidade de produzir uma peça para o Museu da Faculdade, que de alguma forma ilustrasse o trabalho em curso. Na impossibilidade de conceber algo que respondesse a esta vontade de marcar e demarcar o espaço invisivelmente, o invisível passou a ser visível, ou seja, aquilo que era para nós desconhecido, ao qual não tinhamos acesso, foi-nos dado a conhecer. A forma escolhida para personificar esta ideia foi o volume anterior do meu crâneo (o qual não conheço porque não vejo), e digo ‘meu’ porque acima de tudo se trata de um mapa pessoal.
Assim, este volume foi fragmentado em oito partes iguais (assemelhando-se a um terreno dividido em curvas de nível), transpostas para oito painéis de tecido recortados, funcionando como ‘janelas’ abertas para o mundo, este partilhado por todos nós. É o individual e o colectivo em comunhão numa mesma realidade. Estes painéis foram pendurados no tecto do Museu a uma distância equivalente e suficiente entre eles, para que fosse possivel atravessá-los, tornando a peça, desta forma, mais dinâmica e funcional no espaço.
Ainda no seguimento desta ideia de invisibilidade, toda a peça estava coberta por uma camada de talco, o que conduziu a uma proliferação evidente e visível do contacto com este trabalho, transformando todos os observadores e ‘participantes’ em veículos transportadores de marcas (in)visíveis.
‘I sense that humans have an urge to map – and that this mapping instinct, like our opposable thumbs, is part of what makes us humans.’
You Are Here, Personal Geographies and Other Maps of the Imagination, Katharine Harmon
Ironicamente e provavelmente em consequência de uma dificuldade, há ja muito reconhecida, de orientação, surgiu esta paixão por mapas. Poderia tentar explicar tal facto curioso como uma forma de catarse, mas considero, sobretudo, que este ‘gosto’ está muito relacionado com a linguagem visual codificada dos mapas.
Inicialmente a pesquisa esteve mais direccionada para uma recolha e reconhecimento das variadas categorias existentes de mapas, conduzindo, posteriormente, a diferentes referências bibliográficas. No estudo de algumas destas referências foram-se destacando pontos de interesse, como os mapas mentais e um conceito que poderá estar na base do futuro percurso deste projecto: a possibilidade de marcar (mapear) os espaços reais de forma invisível.
No desenvolvimento desta ideia surgiu a necessidade de produzir uma peça para o Museu da Faculdade, que de alguma forma ilustrasse o trabalho em curso. Na impossibilidade de conceber algo que respondesse a esta vontade de marcar e demarcar o espaço invisivelmente, o invisível passou a ser visível, ou seja, aquilo que era para nós desconhecido, ao qual não tinhamos acesso, foi-nos dado a conhecer. A forma escolhida para personificar esta ideia foi o volume anterior do meu crâneo (o qual não conheço porque não vejo), e digo ‘meu’ porque acima de tudo se trata de um mapa pessoal.
Assim, este volume foi fragmentado em oito partes iguais (assemelhando-se a um terreno dividido em curvas de nível), transpostas para oito painéis de tecido recortados, funcionando como ‘janelas’ abertas para o mundo, este partilhado por todos nós. É o individual e o colectivo em comunhão numa mesma realidade. Estes painéis foram pendurados no tecto do Museu a uma distância equivalente e suficiente entre eles, para que fosse possivel atravessá-los, tornando a peça, desta forma, mais dinâmica e funcional no espaço.
Ainda no seguimento desta ideia de invisibilidade, toda a peça estava coberta por uma camada de talco, o que conduziu a uma proliferação evidente e visível do contacto com este trabalho, transformando todos os observadores e ‘participantes’ em veículos transportadores de marcas (in)visíveis.
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