segunda-feira, janeiro 31, 2005

project. nova imagem de cidade relacionada com os seus cidadãos

Daniela Cardoso


Um intrincado código gráfico gerado espontaneamente luta por atrair a nossa atenção, desde os graffitis, aos restos de uma arquitectura pretérita, publicidades não vigentes e variadíssimas amostras de índole diversa. Certo é, que abundam as de signo patológico, reflexo de quem habita nelas. Se o homem sinaliza a cidade para as entender, cabe perguntar-se, se a cidade emite sinais para entender os seus habitantes.
O porto é uma como muitas cidades do mundo herdeira de uma vasta tradição histórica de monumentos, crenças, costumes. Como muitas outras cidades, não concilia da melhor da melhor maneira a tradição, com a vanguarda, o design e modernidade. Por outro lado é uma cidade que se tem empenhado por estar a par das novas tecnologias e inovações e precisa de ter uma imagem de marca que seja uma referência para uma cidade que comunique modernidade e não deixa de menosprezar e desrespeitar o seu passado. O estilo de cidade que emprega estes aspectos pode ser uma forma de comunicação com os seus habitantes e todos aqueles que a visitem. Pretende-se que seja uma comunicação fluida, acessível e pratica para com os seus cidadãos. Cidade é sinónimo de partilhar as diferenças económicas, sociais, religiosas dos seus habitantes e essa é uma das directrizes a seguir.
Quero abordar neste trabalho uma cidade dinâmica, solidária e diversificada. Publicitar e promover uma cidade mais empreendedora e com mais oportunidades para todos.
Essencialmente a publicidade tem como objectivo produzir uma ideia estratégica colocada em várias formas, para surpreender, atrair e informar. Existem quatro tipos de publicidade: aviso, informação, lembrança e promoção. O princípio geral é consciencializar ao interromper a rotina do observador, agarrando a sua atenção.
A imagem é um valor único, imprescindível, actual, que hoje urge como necessário para a cidade e os cidadãos. A imagem é pois uma ideia vital. Um valor pensado, meditado proposto para uma cidade que temos e queremos. Um valor público para todos e com todos. Um valor formado com os plurais dos cidadãos com absoluta tensão e abertura, um valor de resposta do passado, presente e futuro. Um valor que implica a construção de uma cidade empreendedora, culta, democrática, solidária e que traça um horizonte de esperança.
O plano de trabalho consistirá numa pesquisa sobre o seu passado e presente, centrarei as minhas prioridades numa investigação e análise dos comportamentos, hábitos e costumes dos cidadãos. Também procurarei promover a regeneração de locais degradados dentro da cidade, usando o design de comunicação para consciencializar os seus habitantes dos problemas existentes. Pretendo que desta forma consiga transmitir uma nova imagem de cidade relacionada mais directamente com os seus cidadãos, para que estes percebam que fazem parte dela e que eles também podem contribuir para a alterar e modificar.

fbaup, janeiro 2005