segunda-feira, janeiro 31, 2005

proj. PORTO CÍVICO

Daniela Graça

O projecto que me proponho desenvolver neste ano tem como principal tema o civismo. O civis-mo na cidade do Porto e, mais especificamente, daqueles que a habitam e visitam.

Sendo natural e residente na cidade do Porto, acompanhei de perto os problemas que esta vive, e fui desenvolvendo um crescente desagrado e desgosto pela cidade e pelos que contribuem para o que ela é, sejam estes habitantes ou meros visitantes. Passear pelas ruas deixou facil-mente de ser um prazer, para se transformar em viagens indispensáveis aos locais necessários, que fazia com os olhos colados ao chão, não fosse pisar algo que ajudasse a acentuar a minha
renitência em viajar/sair, e com a certeza de que quanto mais rápida fosse a viagem, menor seria o meu sofrimento.
Em termos ambientais, a qualidade de vida na cidade do Porto é fraca. Não me refiro neces-sariamente ao que concerne o sistema de recolha e separação dos lixos realizada pelas ins-tituições competentes. Considero que o problema primordial reside numa fase anterior, e se relaciona com o comportamento que cada cidadão (não ou mal) desempenha neste processo
comunitário. Os nossos problemas ambientais são, acima de tudo mais, problemas comporta-mentais.

Existem vários problemas que pretendo solucionar. As formas como o farei dependerão de cada um deles. Procurarei o meio de comunicação que melhor representar a solução encontrada para um determinado problema, seja este um já existente e globalmente aceite, ou um inovador, ainda por experimentar.
O processo para a realização do projecto desenvolver-se-á seguindo os pontos:
QUADRO A
1º Identificação do problema.
2º Análise/Compreensão do problema.
3º Solução para o problema.
4º Selecção do meio de comunicação adequado à divulgação da solução (este ponto está direc-tamente relacionado com o ponto 3º do quadro B).

QUADRO B
1º Identificação do público-alvo.
2º Análise/Compreensão do público-alvo.
3º Selecção do meio de comunicação adequado ao público-alvo (este ponto está directamente relacionado com o ponto 3º do quadro A). A solução encontrada para cada um dos problemas deverá ser capaz de alertar, sensibilizar,
ensinar, orientar e comprometer o público-alvo. Creio que o objectivo que gostaria de atingir pode ser um tanto ou quanto utópico, mas gostaria de o manter pelo menos quanto à função e, se necessário restringi-lo no ângulo de abrangência.
Pode, aos olhos de alguns, parecer um exagero. Não me surpreende ou ofende que alguém o considere assim. Mas esta é realmente uma questão que há muito tempo me mói o pensamento e dilui o gosto pela cidade onde nasci, vivo e, provavelmente morrerei. Não pretendo transmitir uma visão fatalista. Pelo contrário. A possibilidade de fazer algo para solucionar uma série de problemas cívicos na e da cidade do Porto dá-me o alento e optimismo quase perdidos num
passado recente.

FBAUP; Janeiro de 2005