terça-feira, novembro 30, 2004

Erasmus - sessão de esclarecimento

O interesse para os alunos de 5º ano pode ser limitado, mas ainda assim podem passar a palavra ou comparecer para dar testemunhos!

ERASMUS
Sessão de esclarecimento para futuros candidatos
e explicação das novas regras de candidatura
Terça-feira, 7 de Dezembro
10h30
Aula Magna da FBAUP
Todos são bem-vindos

segunda-feira, novembro 29, 2004

Technology of Uselessness

Texto referido na aula de Desenho Gráfico II de 29 de Novembro de 2004:
Critical Art Ensemble - The Technology of Uselessness

Disponível em:
http://www.critical-art.net/books/ecd/ecd5.pdf

Sem copyright

domingo, novembro 28, 2004

I Congresso Internacional de Design dos Alunos da Estal

I Congresso Internacional de Design dos Alunos da Estal
O Estado da Arte em Design
13, 14 e 15 de Outubro de 2005

Para quem quiser participar:
"Call for papers" até 15 de Janeiro de 2005
www.cidae.net

sábado, novembro 27, 2004

FEST Festival de Cinema e Vídeo Jovem

ABERTURA DE INSCRIÇOES

Data Limite - 7 de Fevereiro

O FEST – Festival de Cinema e Vídeo Jovem vai realizar a sua segunda edição entre os dias 20 e 27 de Março em Espinho.
Depois do sucesso da primeira edição que cativou a atenção de vários quadrantes da nossa sociedade, decidimos ser mais ambiciosos e construir um evento mais abrangente, mais interessante e que com certeza será muito inovador no panorama
que nos inserimos.
A razão deste contacto é a abertura de inscrições para a secção competitiva, direccionada para realizadores até aos 30 anos de idade. Seria do nosso enorme agrado contar com a sua participação neste evento, assim como contamos com a
sua ajuda para promover este evento, que ambiciona desenvolver e incentivar o cinema em geral e o cinema português em particular. A credibilidade do evento é também directamente associada à qualidade das participações, e os esforços da organização irão com certeza abrir caminho para novos realizadores.
È nossa intenção colaborar fortemente com as escolas de cinema e produtoras de cinema na busca destes objectivos.
As categorias em competição são:
A – Ficção
B – Documentário
C - Trabalho Experimental
D – Animação
E – Videoclip Musical

AS FICHAS DE INSCRIÇÃO E REGULAMENTO ESTÃO DISPONIVEIS NO NOSSO SITE ASSIM COMO INFORMAÇÃO DETALHADA SOBRE O EVENTO

www.fest.pt

NÃO COBRAMOS TAXA DE INSCRIÇÃO

Estamos também interessados em convidá-lo para o evento, que irá com certeza ser uma grande celebração do cinema.

Com os melhores cumprimentos


Filipe Pereira
Director do Festival


Morada
FEST Festival de Cinema e Vídeo Jovem
Centro Multimeios de Espinho
Avenida 24 n800
4500-202 Espinho
Portugal

Tel: +351 22 733 11 90
Fax: +351 22 733 11 91
Telemovel: +351968121068

E-mail:
fest@fest.pt
Website
www.fest.pt

texto inserido por Adriano Rangel (Foto II)

sexta-feira, novembro 26, 2004

Cartaz


Cartaz, originally uploaded by quintoanodesign.

cinevideo 5

Mais um texto de Debord em português

... para quem quiser ler, em português, aquele que é provavelmente "o" texto paradigmático do situacionismo, que estabelece em pormenor a visão cultural e ideológica de Guy Debord:

A Sociedade do Espectáculo
em:
http://www.geocities.com/projetoperiferia4/se.htm

Tradução do texto de Guy Debord - para Desenho Gráfico II

TEORIA DA ‘DÈRIVE’

Uma das práticas base dos situacionistas é a ‘dérive’ [literalmente: (deriva)] uma técnica de passagem rápida por ambientes variados. A ‘deriva’ envolve um compotamento lúdico-construtivo e e uma consciência dos efeitos psico-geográficos, o que é bastante diferente das noções clássicas de viagem ou de passeio.
Numa ‘deriva’ uma ou mais pessoas durante um certo período de tempo esquecem as suas relações, o seu trabalho e actividades de lazer e todos os outros motivos habituais para movimento e acção, deixam-se guiar pelas atracções do terreno e os encontros que aí se processam.
O acaso, nesta actividade, é um factor menos importante do que podemos pensar: do ponto de vista da ‘deriva’ as cidades têm contornos psicogeográficos, com correntes constantes, pontos fixos e vortexes que desencorajam a entrada ou a saída em certas zonas.
Mas a ‘deriva’ ao mesmo tempo o deixar-andar e a sua necessária contradição: o domínio das variações psicogeográficas através do conhecimento e cálculo das suas possibilidades.
Neste último aspecto, a ciência ecológica — apesar do estreito espaço a que se limita— fornece abundante informação à psicogeografia.
A análise ecológica do caracter absoluto e relativo das fissuras da rede urbana, do papel dos microclimas, dos suburbios distintos sem relação com as fronteiras administrativas, e acima de tudo a acção dominante dos centros de atracção, podem ser utilizados e completados pelos métodos da psicogeografia. O terreno objectivo passional de uma ‘deriva’ tem que ser definido de acordo não só com a sua própria lógica, como também com as suas relações com a morfologia social.
No seu estudo ‘Paris e o aglomerado parisiense’ (Bibliothèque de Sociologie Contemporaine,
P.U.F., 1952) Chombart de Lauwe nota que ‘os aglomerados urbanos são determinados não só por factores geográficos e económicos, mas também pela imagem que os seus habitantes e os de outros bairros têm deles’. No mesmo trabalho, e para ilustrar ‘ a pequenês do Paris real, no qual cada individuo vive, dentro de uma área geográfica cujo raio é extremamente limitado, ele traça o diagrama de todos os movimentos feitos por uma estudante que vive no 16th Arrondissement (16º Bairro). Os seus itinerários formam um pequeno triângulo com nenhuns desvios significantes, os três vértices são os da Escola de Ciências Políticas, a sua casa e a da professora de piano.
Estas informações — exemplos de poesia moderna capazes de provocar agudas reações emocionais (neste caso particular, ultraja o facto de a vida de alguém poder ser tão pateticamente limitada) — ou até a teoria das actividades sociais de Chicago de Burgess, como sendo distribuidas em zonas concentricas distintas, provam indubitavelmente ser úteis no desenvolvimento de ‘derivas’.
Se o acaso tem um papel importante nas ‘derivas’ é porque a metodologia da observação psicogeográfica está ainda na sua infância. Mas a acção do acaso é naturalmente concervativa e num contexto novo tende a reduzir tudo a hábitos ou a uma alternância entre um limitado número de variantes. O progresso significa aventurar-se através dos campos onde balança o acaso criando novas condições mais favoráveis aos nossos propósitos. Podemos dizer, então, que o acaso de uma ‘deriva’ é fundamentalmente diferente do de um passeio, mas também que as primeiras atrações psicogeográficas descobertas por ‘derivadores’ podem tender a fixá-los em torno de novos eixos habituais, para os quais serão constantemente atraídos.
Uma consciência insuficiente dos limites do acaso, e os seus efeitos inevitavelmente reacionários, condenaram a um decepcionante falhanço a famosa tentativa de vaguear feita por quatro surrealistas em 1923 a começar numa cidade escolhida ao acaso: Vaguear no campo aberto é naturalmente deprimente, e as intervenções do acaso são mais pobres que em qualquer outro sítio. Mas essa despreocupação é levada muito mais longe por um certo Pierre Vendryes (in Médium,
Maio 1954), que pensa poder relacionar esta história a várias experiências de probabilidades, com base em que todas envolvem supostamente a mesma espécie de libertação antideterminista.
Ele dá um exemplo de distribuição ao acaso de girinos num aquário circular, acrescentando significativamente, ‘É necessário, é claro, que esta população não seja sujeita a nenhuma tentativa de condução exterior’. He
Desta prespectiva, os girinos podem ser considerados mais expontaneamente libertados que os surrealistas, uma vez que têm a vantagem de ser ‘tão desprovidos quanto é possível de inteligência, sociabilidade e sexualidade’ e são assim ‘verdadeiramente independentes uns dos outros’.

No polo oposto a estas imbecilidades, o caracter primário da ‘deriva’ no seu elemento nas grandes cidades industrialmente transformadas — estes centros de possibilidades e significados — podem ser definidos pela frase de Marx: ‘Os homens não podem ver nada à sua volta que não seja a sua imagem, cada coisa lhes fala de si próprios. A sua própria paisagem está viva’.
Pode-se derivar sózinho, mas todas as indicações são que o arranjo numérico mais fructuoso consiste em vários pequenos grupos de duas ou três pessoas que chegaram ao mesmo nível de conscencialização, uma vez que contrapor as impressões desses diferentes grupos torna possível chegar a conclusões mais objectivas. É preferível para a composição destes grupos mudar de uma ‘deriva’ para outra. Com mais de quatro ou cinco participantes o caracter específico da ‘deriva’ diminui rapidamente, em qualquer caso é impossível para mais de dez ou doze pessoas sem que que a ‘deriva’ se fragmente em várias ‘derivas’ simultâneas. A prática desta subdivisão é, de facto, de grande interesse, mas as dificuldades que se apresentam evitaram, até agora, que ela fosse organizada em escala suficiente
A duração média de uma ‘deriva’ é de um dia, considerado como o tempo entre dois períodos de sono. Os tempos de começo e final não têm necessariamente relação com o dia solar, mas deve-se notar que as últimas horas da noite são geralmente pouco apropriadas para ‘derivas’.
Mas esta duração é meramente uma média estatística. Por uma razão, a ‘deriva’ raramente ocorre na sua forma pura: é dificil para os participantes evitar por de parte uma ou duas horas no princípio ou no fim do dia para cuidarem de tarefas banais; e para o fim do dia a fadiga tende a encorajar o abandono. Mas, mais frequentemente a ‘deriva’ dá-se muitas vezes dentro de um período de tempo deliberadamente limitado a poucas horas, ou até frutuitamente durante momentos bastante breves; ou pode durar vários dias sem interrupção. A despeito das paragens impostas pela necessidade de dormir, certas ‘derivas’ de suficiente intensidade foram prolongadas por três ou quatro dias, ou até mais longas. É verdade que no caso de séries de ‘derivas’ sobre um bastante longo período de tempo é quase impossível determinar precisamente quando o estado de espírito peculiar de uma ‘deriva’ cede lugar a outro estado de espírito. Uma sequência de ‘derivas’ foi feita sem interrupções significativas por mais ou menos dois meses. Este género de experiência dá lugar a novas condições objectivas de comportamento que provocam o desaparecimento de um bom número das antigas. (1)
A influência do estado do tempo nas ‘derivas’, se bem que real, só é um factor significante no caso de chuvas prolongadas que as tornam virtualmente impossíveis. Mas, tempestades ou outro tipo de chuva são até favoráveis para ‘derivas’.
O campo espacial de uma ‘deriva’ pode ser delimitado com precisão ou vago, dependendo de se o objectivo é estudar um terreno ou desonrientar-se emocionalmente. Não nos podemos que estes dois aspectos de ‘deriva’ se sobrepõem de tantas maneiras que é impossível isolar um deles num estado puro. Mas o uso de taxis, por exemplo, pode fornecer uma linha de separação suficientemente clara: Se no decorrer de uma ‘deriva’ tomamos um taxi, seja para ir numa direcção específica ou simplesmente para nos movimentarmos, digamos, vinte minutos para oeste, estamos concentrados principalmente numa viagem pessoal para for a dos nossos caminhos habituais. Se, por outro lado, nos limitamos à exploração directa de um certo terreno, estamos concentrados como fim primeiro na procura dirigida a um urbanismo psicológico.
Em todos os casos o campo espacial depende em primeiro lugar do ponto de partida — a morada do ‘derivador’ solitário, ou o ponto de encontro escolhido por um grupo. A área máxima deste campo espacial não se estende para além de uma grande cidade e os seus suburbios. No seu mínimo pode limitar-se a um espaço único: um único bairro ou até um só bloco de casas, se for suficientemente interessante, (sendo o caso extremo uma ‘deriva-estática’ de um dia inteiro dentro da estação de combóios de Saint-Lazare).
A exploração de um campo espacial fixo presupõe que se estabeleçam bases e se calculem direcções de penetração. É aqui que surge o estudo de mapas — mapas vulgares e também mapas ecológicos e psicogeográficos — assim como a correção e o melhoramento destes.
Não é preciso dizer que não estamos de modo algum interessados em nenhum mero exotismo que pode advir do facto de estarmos a explorar um bairro pela primeira vez. Além de não ser importante, este aspecto do problema é completamente subjectivo e desvanece rapidamente.
No ‘possível encontro marcado’, por outro lado, o elemento de exploração é mínimo em comparação com o da desorientação de comportamentos. Alguém é convidado a comparecer sózinho num certo lugar a uma determinada hora. Está livre das maçadoras obrigações de um ‘encontro marcado’ habitual uma vez que não está à espera de ninguém. Mas uma vez que esse ‘possível encontro marcado’o levou, sem aviso, a um lugar que pode conhecer ou não, ele observa o que o rodeia. Pode acontecer que o mesmo lugar tenha sido indicado para um ‘encontro marcado possível’ para alguém cuja identidade não tem nenhuma possibilidade de conhecer. Uma vez que ele pode nunca ter visto antes a outra pessoa, ele pode ser encorajado a começar a conversar com as várias pessoas que passem. Ele pode não conhecer ninguém, ou pode, por acaso, encontrar a pessoa que combinou o ‘possível encontro marcado’. Em todo o caso, particularmente se o tempo e o espaço foram bem escolhidos, o seu uso do tempo dará uma volta inesperada. Ele pode até telefonar a outra pessoa que não saiba aonde o primeiro ‘possível encontro marcado’ o levou, para pedir que marque um outro ponto de encontro. E por aqui se vê os recursos ilimitados deste passatempo.
O nosso despreocupado estilo de vida e até alguns divertimentos considerados duvidosos que sempre foram o prazer do nosso círculo — dormir à noite em casas para demolição, as nossas infindáveis viagens a pé e à boleia, sem destino, através de Paris durante uma greve de transportes em nome de acrescentar à confusão, vaguear pelas catacumbas proibidas ao público, etc. — são expressões de uma sensibilidade mais geral que não é diferente da que leva à ‘deriva’. Descrições escritas podem não ser mais do que ‘passwords’ para este grande jogo.
As lições tiradas das ‘derivas’ tornaram aptos para desenhar os primeiros levantamentos das articulações psicogeográficas de uma cidade moderna. Para além da descoberta de unidades de ambientes, dos seus principais componentes e da sua localização espacial, acabamos por perceber os seus principais eixos de passagem, as suas saídas e as suas defesas. Chega-se à hipótese central da existencia de pontos-pivot psicogeográficos.
Mede-se as distâncias que separam realmente duas regiões de uma cidade, distâncias que podem ter pouquíssima relação com a distância física entre elas. Com a ajuda de velhos mapas, fotografias aéreas e ‘dervas’ experimentais, pode-se desenhar mapas de influências que faltavam até aqui, mapas cuja inevitável imprecisão, nesta primeira fase, não são piores que as primeiras cartas de navegação. A única diferença é a de que já não se trata de delinear com precisaõ continentes estáveis, mas sim arquitecturas e urbanismos mutáveis.
Hoje, as diferentes unidades de atmosferas e de habitações não estão precisamente demarcadas, mas sim rodeadas por regiões fronteiriças mais ou menos extensas e indistintas. A mudança mais geral que esta experiência de ‘deriva’ leva a propôr é a constante deminuição destas regiões fronteiriças, até se chegar à sua completa supressão.
Na própria arquitectura, o gosto pela ‘derivação’ tende a promover todas as espécies de novas formas de labirintos tornados possíveis pelas modernas técnicas de construção. Assim, em Março de 1955, a imprensa anunciou a construção em Nova Iorque de um prédio no qual podemos ver os primeiros sinais de uma oportunidade de ‘deriva’ dentro de um apartamento:
‘ Os apartamentos deste prédia helicoidal teriam a forma de fatias de bolo. Teriamos a oportunidade de os aumentar ou diminuir trocando divisórias móveis. As gradações de meio-andar evita que se limitem o número de quartos, uma vez que o inquilino pode pedir para usar uma secção adjacente no andar acima ou no andar abaixo. Com esta disposição, apartamentos de três ou quatro quartos podem ser transformados num apartamento de doze quartos em menos de seis horas’.
(Terá continuação)
Guy Debord
1958

[Nota do tradutor]
1. “A ‘deriva’ (com a sua torrente de acções, os seus gestos, as suas deambulações, os seus encontros) estava para para a totalidade exactamente como a psicanálise (no seu melhor sentido) estava para a linguagem. Deixe-se levar pela corrente das palavras, diz o psicanalista. Ele ouve, até ao momento em que rejeita ou modifica (pode-se dizer torneia) uma palavra, uma expressão ou uma definição. A ‘deriva’ é seguramente uma técnica, quase uma terapia. Mas, como análise, sem ser acompanhada de mais nada, é quase sempre desaconselhada, e assim a ‘deriva’ contínua é perigosa na medida em que o indivíduo, que foi longe demais (não sem bases, mas…) sem defesas, está ameaçado de explosão, dissolução, dissociação, desintegração. E a partir daí o relapso naquilo a que chamamos ‘vida normal’, por assim dizer, na realidade, na ‘vida petrificada’. Sob este ponto de vista eu recuso agora a propaganda do Formulário para uma ‘deriva’ contínua. Pode ser contínua como o jogo do poker em Las Vegas, mas só por um determinado período, limitado a um fim de semana para algumas pessoas, a uma semana para a maioria; a um m~es é realmente exagerar. Em 1953-1954 nós ‘derivámos’ por três ou quatro meses seguidos. Isto é o limite extremo. É um milagre que isto não nos tenha matado.”
(Ivan Chtcheglov, “Letter from Afar,” Internationale Situationniste #9, p. 38.)

quinta-feira, novembro 25, 2004

Adolphe Braun


Adolphe Braun, originally uploaded by quintoanodesign.

Horses, Albumen print from a collodion negative, late 1850s. 23,3 x 28,8 cm
Courtesy Hans P. Kraus, Jr. inc, NY

Angus Boulton


Angus Boulton, originally uploaded by quintoanodesign.

Nedlitz, 21.10.98, from Thirty-nine Gymnasia
Angus Boulton - Courtesy of The Photographer s Gallery, London

Carlos Barrantes


Carlos Barrantes, originally uploaded by quintoanodesign.

Korhogo II. 2003. Platinum print
Courtesy Kowasa Gallery, Barcelona

Bill Brandt


Bill Brandt, originally uploaded by quintoanodesign.

Hampstead, London 1956. Vintage gelatin silver print. 10 x 8 inches
Courtesy Bruce Silverstein Gallery, NY

Balthasar Burkhard


Balthasar Burkhard, originally uploaded by quintoanodesign.

Rio Negro, 2002, black photography, Baryth, Edition of 5 - 125X250 cm
Courtesy Galerie Sfeir-Semler, Hambourg

Celine van Balen


Céline van Balen, originally uploaded by quintoanodesign.

Celine van Balen 

Untitled, 2003. Gelatin silver print. 50 x 62 cm/ Edition of 10. 120 x 145 cm/Edition of 6
Courtesy van Zoetendaal, Amsterdam

terça-feira, novembro 23, 2004

IMEDIATISMO (tradução em português) Hakim Bey

IMEDIATISMO

I.

Toda a experiência é mediada – por mecanismos da percepção sensorial, mentalização, linguagem, etc. — e seguramente toda a arte consiste numa mediação mais aprofundada da experiência.

II.

Contudo, a mediação acontece gradualmente. Algumas experiências (cheiro, gosto, prazer sexual, etc.) são menos mediadas que outras (ler um livro, olhar através de um teles cópio, ouvir um disco). Alguns media, especialmente ‘artes ao vivo’ como a dança, o teatro, ‘performance’ teatral ou poética, são menos mediadas que outras como a TV, os Cds, ou a Realidade Virtual. Mesmo entre os media, designados usualmente por ‘media’ uns são mais e outros menos mediados, de acordo com a intensidade de participação imaginativa que requerem. Tipografia ou rádio pedem mais à imaginação, os filmes menos, a TV ainda menos e o VR o menos de todos — por agora.

III.

Em relação à arte a intervenção da Capital assinala sempre um grau mais extenso de mediação. Dizer que a arte se acomodou é dizer que a mediação, ou o estar no meio, ocorreu, e que esse estar no meio significa uma dispersão e que esta dispersão degenera em ‘alienação’. A música improvisada tocada por amigos em casa é menos ‘alienada’ que a música tocada ao ‘vivo’ no Met (Sala de Música) ou música ouvida através dos ‘media’ (seja PBS ou MTV ou um Walkman). De facto, pode-se usar o argumento de que a música distribuida livremente ou ao custo de uma cassete via mail é MENOS alienada que a música ao vivo tocada em qualquer grande espectáculo ‘We Are the World’ ou num ‘niteclub’ em Las Vegas, mesmo que esta última seja música ao ‘vivo’ tocada para uma audiência viva (ou pelo menos pareça ser) enquanto a primeira é música gravada consumida por ouvintes distantes e até anónimos.

IV.

A tendência para a Hi Tech, e as tendências do Recente Capitalismo, ambas impelem as artes mais e mais para formas extremas de mediação. Ambas alargam o abismo entre a produção e o consumo da arte, com um aumento correspondente de ‘alienação’

V.

Com o desaparecimento do "mainstream" e por isso da "avant-garde" nas artes, notou-se que todas as mais intensas e mais avançadas experiências artísticas foram recuperáveis, quase instantaneamente, pelos media, e assim transformadas em lixo, igual a todo o outro lixo presente no mundo fantasma do consumo. ‘Lixo’, tal como o termo foi redefinido em, digamos, Baltimore na década de 70, pode ser muito divertido — como uma visão irónica de uma espécie de cultura folclórica que rodeia e preenche as regiões mais incinscientes da ‘sensibilidade’ popular. — que por sua vez é em parte produzida pelo Espectáculo. ‘Lixo’ já foi um conceito novo com uma potencialidade radical. Agora, contudo, entre as ruinas do Post-Modernismo, começou finalmente a cheirar mal. A frivolidade irónica finalmente tornou-se desgostante. É possível agora SER SÉRIO MAS NÃO SÓBRIO? Nota: A Nova Sobriedade é de certo simplesmente o reverso da Nova Frivolidade. O Neo- Puritanismo chic tem as cores da Reacção, do mesmo modo que a ironia filosófica postmodernista e o desespero levam à Reacção. A Sociedade da Purga é a mesma da Sociedade do Excesso Compulsivo. Depois dos ’12 degraus’ da moda da renuncia nos anos 90, tudo o que resta é o 13º passo a forca. A ironia pode tornar-se aborrecida, mas a auto-mutilação nunca foi senão um abismo. (Abaixo a frivolidade — Abaixo a sobriedade). Todas as coisas delicadas e belas, do Surrealismo à Break-dancing, acaba em alimento para anúncios McMorte(McDeath's ads); 15 minutos mais tarde toda a magia foi sugada e a própria arte morta como um gafanhoto seco. Os magos dos media, que não são senão postmodernistas , inclusivamente começado a alimentar-se da vitalidade do ‘lixo’, como abutres regurgitando e reconsumindo o mesmo alimento, no extase obsceno da auto-referencialidade. Como se pode sair disto?

VI.

A verdadeira arte é lúdica, é a forma mais imediata de todas as experiências. Daqueles que cultivaram esse prazer não se pode esperar que desistam dele simplesmente para marcar uma atitude política (como numa Greve de Arte, ‘ou‘ a supressão sem a realização’ da arte; etc.). A Arte continuará, mais ou menos do mesmo modo que respirar, comer ou fornicar continuará.

VII.

Apesar disso, causa-nos repulsa a extrema alienação das artes, especialmente nos ‘media’, nas publicações e galerias comerciais, na ‘indústria’ discográfica, etc. E, por vezes, preocupamo-nos até sobre até que ponto o nosso envolvimento nestas artes como o escrever, o pintar, ou a música nos implica numa ruim abstração, a remoção de uma experiência imediata. Falta-nos a implicação directa do lúdico (a nossa tendência original para fazer arte em primeiro lugar); falta-nos cheirar, tocar, a sensação dos corpos em movimento.

VIII.

Computadores, video, radio, imprensa escrita, sintetizadores, máquinas de fax, gravadores, fotocopiadoras — todas estas coisas fazem excelentes brinquedos, mas terrivelmente viciantes. De repente percebemos que não podemos ‘estender a mão e tocar em alguém’ que não está presente em carne e osso. Estes media podem ser úteis para a nossa arte — mas não devem apoderar-se de nós, nem devem estar entre, ser mediadores ou separar-nos do nosso eu animal/animado. Queremos controlar os nossos media, não ser Controlados por eles. E gostariamos de lembrar uma certa arte marcial psíquica que defende a ideia de que o próprio corpo é o menos mediado de todos os media.

IX.

Assim, como artistas e ‘trabalhadores culturais’ que não têm a intensão de desistir da actividade do media que escolhemos, nós apesar disso pedimos a nós próprios uma extrema consciência do imediato, assim como o comando de certos meios directos de implementar essa consciência de forma lúdica, imediatamente (já) e imediatamente (sem mediação).

X.

Percebendo perfeitamente que qualquer ‘manifesto’ de arte escrito hoje só pode cheirar mal à mesma amarga ironia a que pretende opôr-se, nós apesar disso declaramos sem hesitação (e sem pensar muito) a fundação do ‘movimento’ IMEDIATISMO. Sentimo-nos livres de o fazer porque resolvemos praticar o Imediatismo em segredo, para evitar toda a contaminação com a mediação. Em público vamos continuar o nosso trabalho em publicações, rádio, música, etc., mas em privado nós criaremos outra coisa, qualquer coisa que possamos partilhar livremente mas nunca consumir passivamente, qualquer coisa que possa ser discutida abertamente mas nunca entendida pelos agentes da alienação, qualquer coisa sem potencial comercial e contudo de um valor para além do preço, qualquer coisa de oculto se bem que completamente entrelaçado no tecido da nossa vida de todos os dias.


XI.

O Imediatismo não é um movimento no sentido de um programa estético. Depende somente da situação, não do estilo ou do conteudo, menssagem ou Escola. Pode ter a forma de qualquer de um qualquer jogo criativo e pode ser efectuado por duas ou mais pessoas, por e para si próprios, face-a-face ou em conjunto. Neste sentido é como um jogo, e contudo devem ser aplicadas algumas ‘regras’.

XII.

Todos os espectadores têm que ser também interpretes. Todas as despesas são para ser partilhadas, e todos os produtos que resultem desse ‘jogo’ são também para ser partilhados somente entre os participantes (que podem guardá-los, oferecê-los como presentes, mas não podem vendê-los). Os melhores ‘jogos’ farão pouco ou nenhum uso das formas óbvias de mediação como a fotografia, a gravação, a impressão, etc., mas tenderão para técnicas imediatas envolvendo presença física, comunicação directa e os sentidos.

XIII.

Uma matriz óbvia para o Imediatismo é uma festa. Assim, uma boa refeição pode ser um projecto de arte Imediatísta, principalmente se todos os presentes cozinharem e também comerem. Os antigos Chineses e Japoneses nos dias enevoados de Outono davam festas de odores, onde cada convidado tinha que trazer um incenso ou um perfume feito em casa. Em festas ligadas à poesia cada verso de-pé-quebrado conduzia a um castigo que era beber um copo de vinho. (Quilting bees, tableaux vivants exquisite corpses, rituals of conviviality like Fourier's "Museum Orgy" (erotic costumes, poses, & skits), live music & dance--the past can be ransacked for appropriate forms, & imagination will supply more).
[Quadros vivos, ‘cadavre exquis’ são rituais de convivialidade como o ‘Museu da Orgia’ de Fourier (vestes eróticas, poses etc.) música ao vivo e dança — o passado pode ser assaltado para apropriação de figuras, e a imaginação pode fornecer mais]

XIV.

A diferença entre o ‘quilting bee’ do século XIX, por exemplo e o ‘quilting bee’ Imediatísta estará na conscencialização da prática do Imediatismo como resposta às tristezas da alienação e da ‘morte da arte’.

XV.

A ‘mail art’ dos anos 70 e o cenário dos ‘zine’ (creio que fanzines) dos anos 80 são tentativas de ir além da mediação das artes-como-consumo, e podem ser considerados antepassados da Imediatismo. Contudo, eles conservaram as estruturas mediadas da comunicação postal e xerografia, e assim falharam o isolamento dos interpretes, que ficaram literalmente fora de contacto. Nós queremos levar os motivos e descobertas destes primeiros movimentos à sua conclusão lógica numa arte que vai banir toda a mediação e alienação, ao menos até onde a condição humana o permite.

XVI.

Mais ainda, o Imediatismo não está condenado à impotência no mundo, só porque evita a publicidade e o mercado. O ‘Terrorismo Poético’ e a ‘Sabotagem da Arte’ são manifestações lógicas do Imediatismo.


XVII.

Finalmente, esperamos que a prática do Imediatismo venha libertar dentro de nós vários armazenamentos de poder esquecido, que não só transforme as nossas vidas através da realização secreta de ‘procedimentos lúdicos’ não mediados, mas também, inevitavelmente venha melhorar, fazer explodir e influênciar a outra arte que criamos, a arte mais pública e mediada.

E esperamos que as duas vertentes se aproximem mais e mais e que eventualmente se transformem numa só.



segunda-feira, novembro 22, 2004

Urban Pioneer Project

O interior do frigorífico diz muito sobre a personalidade do seu dono. Uma prova de celulóide? Marilyn Monroe guardava a roupa interior no congelador em "O Pecado Mora ao Lado" e, de facto, não havia vizinha mais escaldante no húmido Verão de 1955 do que aquela loira. Este é um dos princípios do Urban Pioneer Project, que tempera os perfis dos jovens que agrega com fotos do seu frigorífico, mas também da sua sala, do armário dos medicamentos e do seu restaurante ou bebida preferida. São algumas das coisas que têm em comum milhares de alvos de uma experiência cujo objectivo é cristalizar a energia muito especial que há em viver numa cidade e ter uma mente criativa.
O mentor do projecto e Pioneiro 001, Andrew van Hook, acha importante que os pioneiros como ele saibam pequenos detalhes da vida de cada membro. Fazer parte do Urban Pioneer Project (UPP) é um bilhete para entrar num espaço de "voyeurismo" com uma desculpa: todos têm de partilhar.
(...)
Montam projectos, mostram o seu trabalho, trocam ideias e, como se escreve no mostruário "online" (em www.urbanpioneerproject.com), gera-se espontaneamente uma perigosa concorrência a outros magazines. Os Pioneiros Urbanos, quando se revelam e ao seu trabalho, sabem o que mexe e o que é "cool" "muito antes de as novidades aparecerem na tua revista brilhante". É que tal como na moda, o que se passa nas ruas precede largamente o que se passa nos cérebros dos criadores mais instituídos. No UPP, isso prova-se no início de tudo. O Urban Pioneer Project encetou a sua divulgação com cartazes simples com fundo de uma única cor e com silhuetas de homens ou mulheres a branco, ou vice-versa. Espalhados pelas tais zonas da cidade escolhidas pelas almas mais dinâmicas para viver ou conviver, estavam em Manhattan, Brooklyn, e também em Copenhaga, Berlim, Joanesburgo ou Tóquio em pouco tempo, graças aos pioneiros recém-aderentes que abraçavam a missão de divulgar o projecto nas suas urbes.
(...)
Para ser membro, "qualquer pessoa pode candidatar-se, mas não podemos aceitar toda a gente para o projecto", sob pena de se tornar disperso e de os participantes não se identificarem uns com os outros. "Por isso, para mantermos a nossa experiência precisa, não incluímos participantes de pequenas cidades e zonas rurais. Mas encorajo alguém a começar um 'Rural Pioneer Project'!", incita o mentor.
(...)
Os participantes lucram de várias formas ao entrar nesta comunidade de acesso limitado. Podem mostrar o seu trabalho a outros que, como eles, se revelam "online" e descobrir parceiros para projectos futuros. E, como bónus, "têm a oportunidade de registar os seus pensamentos e excertos das suas vidas, que podem revisitar no futuro", alicia Andrew van Hook a partir de Nova Iorque. "Tornam-se uma pequena parte do registo histórico." Além disso, graças ao seu próprio valor, "os pioneiros com perfis atraem muitos visitantes para os seus próprios 'sites' e tornaram-se pequenas celebridades na sua comunidade".
Para espreitar a vida destes motores citadinos, é ver o número 2 da revista do projecto, que está "online" e usa as maravilhas da Internet para ser um suporte multimédia de exposição dos trabalhos dos protagonistas. Podemos ver a música, os quadros, a loja, os videojogos, a marca de roupa ou as entrevistas a alguns dos pioneiros e os resultados do concurso de "T-shirts" do UPP, um espelho do que vai nas cabeças de pessoas de todo o mundo e em que George W. Bush e o sexo são uma assombração constante.
A cooperativa abre uma porta para o trabalho de pessoas que, de outra forma, dificilmente se conheceriam e que só em circunstâncias improváveis colaborariam entre si. Volátil como uma experiência química, assenta em fundações virtuais e pressupostos igualitários que, quando se aplicam a um grupo populacional disperso e heterogéneo, juntam água e azeite. Usa a Internet para saltar fronteiras e serve-se de todas as suas potencialidades para construir um edifício babélico que tem tanto de mostruário quanto de cápsula do tempo, mas quer seguir tão longe quanto as estradas da informação permitirem.
(...)
O Urban Pioneer Project tem cinco fases de execução. Encontra-se actualmente na segunda. Mas, no mesmo espírito que os define, o que isto significa e o que reserva o futuro para estes jovens agitados é um mistério. "Têm de esperar para ver."

Extractos de artigo "Criativos Os Pioneiros Urbanos Querem-no na Sua Lista de Alvos a Manter", de Joana Amaral Cardoso
Publico, 21 de Novembro de 2004

Texto inserido no contexto da disciplina de Fotografia II (Adriano Rangel)

Exercício de Desenho Gráfico II

Exercício de Desenho Gráfico II

Pretende-se a elaboração de um cartaz que obedeça aos seguintes parâmetros:
1. O cartaz deve incluir entre uma e duas frases transcritas dos textos de Hakim Bey e Guy Debord (disponíveis em: http://www.left-bank.org/bey/immediat.htm e http://www.bopsecrets.org/SI/2.derive.htm). O texto pode surgir na sua língua original (Inglês e Francês, respectivamente), ou pode surgir traduzido para Português ou Inglês.
2. O cartaz deve incluir uma imagem, de preferência da autoria do/a aluno/a.
Todos os outros parâmetros de execução do cartaz são da responsabilidade do/a aluno/a.

O trabalho deve estar pronto para apresentação na Segunda-feira, dia 29 de Novembro, às 14 horas.

A sustentação teórica e conceptual deste trabalho deve reger-se pelos seguintes factores:
- Fidelidade do texto escolhido, descontextualizado, relativamente ao discurso original de Bey e/ou Debord.
- Subscrição ideológica das propostas de Bey e/ou Debord.
- Gestão de expectativas do público.
- Articulação entre simplicidade formal e complexidade conceptual.
- Grau de literalidade da mensagem presente no cartaz.
- Público-alvo e localização.
- Antecedentes e contextos possíveis para o trabalho.

quinta-feira, novembro 18, 2004

Red Hot Chili Peppers versus Erwin Wurm

A obra do artista visual Erwin Wurm (Austria 1954), foi o pretexto para a criação de uma narrativa visual (Videoclip), para a qual chamo atenção muito especial. As imagens em movimento por vezes acelarado resultam da interacção dos elementos da banda com objectos do quotidiano, tais como baldes, tubos coloridos, lanternas a que o artista denomina "esculturas instantâneas".
A imagem depende muito da instalação, da produção de "decors" mínimos num contexto de movimento contínuo que determina o tempo de onde começa e acaba a forma artística da acção criada.
Esta peça serve como um bom objecto de estudo (e de apoio) ao vosso primeiro projecto de Fotografia II.
Vale a pena ver...até porque tem humor!

Videoclip: Red Hot Chili Peppers - Can't Stop
(WindowsMedia)
www.redhotchilipeppers.com
* se houver dificuldade posso "passar" o ficheiro WindowsMedia do clip. Basta que me mandem um email

Adriano Rangel (fotografia II 04/05)

quarta-feira, novembro 17, 2004

As imagens que ficam lançadas

Lança-se agora, um "mapa" visual inspirado em imagens afagadas pelo fascínio. Podem, se o entenderem, funcionar como paginas de um livro. Para serem lidas e contempladas uma a uma. Desenrola-se então uma trama simples percorrida pelas letras do abecedário. Como se fosse um roteiro onde se pode chegar ao fim. Mas o ponto de partida é a letra A.
O importante é que elas suscitem um prazer aos olhos. Se for possível inspirem-se nelas. A imagem constituida como objecto de conhecimento. Que não alimente certezas redutoras! Que, seja capaz de colocar interrogações. Façam comentários no roda pé de cada uma delas.
"OS DADOS FICAM LANÇADOS" (Ionesco)

Adriano Rangel docente de fotografia II 2004/05

Anonyme 1956


Anonyme 1956, originally uploaded by quintoanodesign.

Anonyme 
Warning from space, 1956
Photomontage, tirage d epoque 28 x 22,5 cm
Courtesy Galerie Obsis, Gennevilliers

Slim Aarons


Slim Aarons&, originally uploaded by quintoanodesign.

Kevin McClory & Family Amphicar
Nassau 1967
Courtesy Staley-Wise Gallery, NY

Roswell Angier


Roswell Angier, originally uploaded by quintoanodesign.

Lorraine Gail Two O clock Club 1975
Vintage gelatin silver print 14 x 11 inches
Courtesy Gitterman Gallery NY

Anonyme


Anonyme, originally uploaded by quintoanodesign.

Bolcheviks et Mencheviks. Sept participants au Iie congrès du P.O.S.D.R., Bruxelles, 1903.Epreuve albuminée, noms des révolutionnaires russes à l’encre au dos.
Courtesy Serge Plantureux, Paris

Robert Asman


Robert Asman, originally uploaded by quintoanodesign.

Robert Asman 
Intwinned, 1990
Courtesy Galerie Françoise Paviot, Paris

segunda-feira, novembro 15, 2004

"A Sociedade Não Quer Ser Original, mas Uma Cópia de Si Mesma"

Por SARA DIAS OLIVEIRA
in Publico, 14 de Novembro de 2004

"As novas tecnologias justificam a preguiça, a inércia da sociedade". Foi seguindo este percurso que Oliviero Toscani - "simplesmente um fotógrafo", como se apresentou - quis mostrar no IV Simpósio Sete Sóis Sete Luas, que ontem teve lugar na biblioteca de Santa Maria da Feira, que é preciso abrir bem os olhos e pensar no que a comunicação social tem para oferecer.

"A comunicação social, os 'media', as televisões, são como a Coca-Cola, isto é, todos os conhecem e são bebidos sem substância", referiu o fotógrafo italiano, acrescentando que "as marcas não alimentam a humanidade, mas alimentam-se dela". Tendo como pano de fundo "Realidade & Utopia - O Mundo na Feira das Ideias", o tema do encontro, Toscani sustentou que a grande utopia dos nossos dias é pensar "que a morte e o sofrimento são de outra pessoa". Uma ideia que, na sua opinião, é produzida pelos órgãos de comunicação social que não "deixam tempo para reflectir". "A sociedade não quer ser original, mas uma cópia de si mesma", apontou.

Toscani considera que a humanidade está viciada nos "media", como num "hambúrguer que deixa vestígios de dependência". Apesar desta imagem negra, sobretudo do meio audiovisual - nomeadamente por terem esquecido a função de serviço público e "terem degenerado num investimento económico" -, ainda há esperança. "Os 'media' podem tornar o mundo melhor, destruindo preconceitos e os conformismos que nos governam. É necessário ter coragem de ser diferente porque ninguém deve ter fome de cultura. Precisamos de diálogo, não de monólogo, monomarcas ou monoculturas", defendeu.

O artista terminou a sua intervenção com um vídeo seu, feito em 2001 - antes do 11 de Setembro, como fez questão de vincar. Um filme que contrapõe o que de mais sofisticado existe, nas novas tecnologias, com a miséria humana, a fome das crianças africanas, o êxodo forçado pela guerra. As imagens do foguetão sobrepunham-se, por exemplo, às dos miúdos subnutridos. A obra, exibida no Fórum Social Mundial, termina com um intenso olhar de um menino africano que encara de frente a plateia. Não há diálogos, apenas uma música de fundo. O vídeo foi ontem aplaudido de pé.

A privatização da utopia

A "distopia" - isto é, utopias negativas - foi também tema de conversa no simpósio. Remo Bodei, professor de História da Filosofia da Escola Superior de Pisa, Itália, lembrou que hoje se sente uma "privatização da utopia", por não haver projectos colectivos. "E cada um corta para si uma fatia de céu", disse. Outro italiano, Omar Calabrese, professor da Universidade de Siena, sustentou que não há utopias "porque existe, no mundo, um sentimento estranho do medo". No entanto, deixou o aviso: "Construir utopias é a melhor actividade do mundo". Jean Ziegler, professor da Faculdade de Ciências Económicas e Sociais na Universidade de Genebra e co-autor do "Livro Negro do Capitalismo", centrou a sua intervenção no poder das oligarquias capitalistas que "controlam a riqueza". E quem são as vítimas deste sistema? "A fome, a sede, a guerra, as epidemias - os quatro cavaleiros do Apocalipse". "O capitalismo é uma selva que destrói o planeta", rematou. Por seu turno, José Pacheco Pereira - que alertou não ter simpatia pelo pensamento utópico - defendeu que "as utopias, no sentido clássico, têm uma profunda crise interior, associada à fome, à peste e à guerra". Na sua opinião, a chegada da bomba nuclear veio colocar por terra a utopia, a partir do momento em que se tomou consciência de que era possível destruir o próprio Homem.

"distopia"


bene_13, originally uploaded by quintoanodesign.

"Construir utopias e a melhor actividade do mundo". Jean Ziegler, professor da Faculdade de Ciencias Economicas e Sociais na Universidade de Genebra e co-autor do "Livro Negro do Capitalismo"

terra da abundancia


TA04, originally uploaded by quintoanodesign.

Wenders faz um filme sobre a America e utiliza a ficçao para falar dos assuntos que o tocam enquanto europeu que vive e trabalha nos Estados Unidos, sem nunca acenar com panfletos politicos ou religiosos.

terra da abundancia


TA01, originally uploaded by quintoanodesign.

Defensor acerrimo do seu pais, decide patrulhar as ruas da cidade numa carrinha equipada com microfones e camaras que aponta a quem lhe parece suspeito..

terra da abundancia


TA03, originally uploaded by quintoanodesign.

Ele e Paul, veterano da guerra do Vietname, patriota ferveroso. Exposto ao agente laranja quando foi Marine, sofre de graves problemas psicologicos e paranoia aguda.

terra da abundancia


TA02, originally uploaded by quintoanodesign.

Em Los Angeles, dois esquecidos da América encontram-se na procura da verdade.

Guy Debord - Theory of the Dérive

Disponível em:

http://www.bopsecrets.org/SI/2.derive.htm

Hakim Bey - Immediatism

Consultável em:

www.left-bank.org/bey/immediat.htm

sexta-feira, novembro 12, 2004

SEMINÁRIO “HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA SÉC. XIX”

No âmbito da exposição “Carlos Relvas e a casa da fotografia”, o Museu Nacional de Soares dos Reis promove:

SEMINÁRIO

“HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA SÉC. XIX”
JOSÉ PESSOA (Divisão de Documentação Fotográfica – Instituto Português de Museus)

SEG., DIA 15 NOVEMBRO, 18H00
Os Primitivos Portugueses

TER., DIA 16 NOVEMBRO, 18H00
Período 1855 a 1890

QUA., DIA 17 NOVEMBRO, 18H00
Período 1890 a 1914

QUI., DIA 18 NOVEMBRO, 18H00
Problemas de Conservação e Novos Suportes
LOCAL: Auditório do Museu Nacional de Soares dos Reis

Nota: A frequência do seminário é gratuita, mas está sujeita a marcação prévia, que deverá ser feita na recepção do Museu Nacional de Soares dos Reis ou através do telefone.

VISITAS GUIADAS À EXPOSIÇÃO:

“CARLOS RELVAS E A CASA DA FOTOGRAFIA”
POR JOSÉ PESSOA
DIAS 16, 17 E 18 NOVEMBRO, 14H30

Museu Nacional de Soares dos Reis

Rua D. Manuel II, 44, 4050-342 Porto
Tel. (351) 223 393 770  Fax (351) 222 082 851
e_mail mnsr@ipmuseus.pt

terça-feira, novembro 09, 2004

MUITO IMPORTANTE Grafismos!

Comunicação importante aos alunos da disciplina de:
Grafismos Editoriais
- O jornal selecionado para objecto de estudo é o Público de domingo, dia 7 de Novembro.
O professor Eduardo Aires

"Le monde vous regarde"

Aqui vos deixo uma sugestão, que vem do centro de França. Podem dar uma "espreitadela", a um trabalho feito pela vossa colega Joana. Vale a pena! Ela diz assim:

"No mail que mandei anteriormente falei que eu juntamente com mais alguns alunos de ERASMUS íamos fazer algo para o site da bienal. E fizémos! Chama-se "Le monde vous regarde". Não estou plenamente satisfeita... A verdade é que trabalhar com mais oito pessoas nao é nada fácil (2 alemães, 1 chines, 1 brasileira e 4 portugueses). O trabalho ficou bastante simples e foi desta maneira que conseguimos estar todos mais ou menos de acordo! Consiste em cada pessoa tirar uma foto por
dia sobre a bienal, o que mais gostou, o que nao gostou...o que quisermos!Primeiro tratámos da parte grafica, do modo como íamos apresentar a ideia e agora vamos escolhendo as fotos!
Todos os dias actualizamos a pagina por volta das 18horas. O primeiro dia tivemos de saltar visto que a pessoa que nos ajuda a por tudo online estava doente... Mas hoje, dia 8 pusemos as primeiras fotos, de dia 7... mas em vez de nove, sao apenas cinco, visto que o resto das pessoas nao fizeram!
Para visitar o site: www.artschool-st-etienne.com
Para ver o nosso trabalho: www.artschool-st-etienne.com/raff/2004.html e depois clica-se na frase "Le monde vous regarde..." (penso que só aparece se se escolher a opcção "francês" logo na pagina principal do site, mas nao tenho a certeza)"
au revoir > Maria Joana Marques