Manifesto de Design Gráfico
Traduzido e adaptado do Manifesto Medelin, de 26 de Abril de 2002, in Icograda
1. O que é que nós, Designers de Comunicação, somos.
• Seres humanos, antes de designers.
• Os designers são comunicadores visuais, criadores de mensagens.
• Somos criadores de éticas e estéticas.
• Somos pensadores, descodificadores de informação, imagem, identidade e comunicação como também transformadores de códigos visuais.
• Nós somos agentes de educação visual, imagens, palavra e ambiente.
• Nós somos dinamizadores, transformadores, leitores, investigadores, criadores e editores de códigos visuais e linguagens.
• Somos construtores, reconstrutores e desconstrutores.
• Nós lemos e interpretamos contextos e realidades, e enriquecemos a cultura.
• Nós somos profissionais necessários para trabalhar em projectos multi-disciplinares.
• Nós não somos nem artistas nem artesãos.
• Nós não somos simples pessoas que fazem rascunhos ou publicistas.
• Não somos secretárias com Corel.
2. O que é que estudamos.
• Nós estudamos utilizadores, consumidores, tendências, contextos e ambientes.
• Estudamos o poder da imagem e as suas componentes.
• Estudamos as diferenças nas declarações comunicativas.
• Nós estudamos e investigamos os sinais verbais e não verbais da semiótica e hermenêutica.
3. O que fazemos.
• Nós conceitualizamos projectos e desenvolvemos ideias para gerar sensações e reacções, tendo em conta aspectos funcionais, comunicativos e de produção naquilo que fazemos.
• Nós criamos áreas de informação, lúdicas, persuasivas e educacionais.
• Nós enriquecemos a cultura e a linguagem propondo maneiras diferentes de olhar o mundo com níveis altos de inovação.
• Nós produzimos design para imagens estáticas e dinâmicas, em duas ou três dimensões, que nos permite intervir em vários meios de comunicação.
• Nós fazemos do Design uma fonte eficiente de comunicação.
• Nós criamos formas com conteúdos compreensíveis.
4. O que é que nós, Designers de Comunicação, podemos propor ao nosso país.
• Gerar cultura visual.
• Nós queremos que o design seja um serviço democrático.
• Criar linguagens baseadas na identidade cultural e mostrá-las, com carácter, ao mundo.
• Existir como um grémio activo e dinâmico para a sociedade.
• Propor a semente da tranquilidade contra o caos.
• Conservar posições éticas e críticas ( e visões sobre o ambiente), ao que fazemos e nos é proposto. Em outras palavras, o design não deve ameaçar a dignidade e integridade humana.
• Enriquecer e harmonizar a paisagem visual numa maneira construtiva, para criar atitudes e reacções positivas.
• Cultura de comunicação onde existe coerência entre pensamento, sentimentos e acção.
• Pôr o design ao serviço do desenvolvimento humano, para sensibilizar e educar o utilizador e consumidor do produto, e ajudar a desmanchar modelos culturais e estereotipados, isto é, fazer do design uma ferramenta pedagógica.
• Criar qualidade de vida e consciência ambiental através do uso de materiais alternativos e não poluentes.
• Intervir no contexto social para o tornar mais simpático, humano, doméstico, habitável, tolerante e agradável.
Manifesto Medelin, de 26 de Abril de 2002, in Icograda
Tradução de Luís Inácio
Publicação a pedido de Joana Martins
1. O que é que nós, Designers de Comunicação, somos.
• Seres humanos, antes de designers.
• Os designers são comunicadores visuais, criadores de mensagens.
• Somos criadores de éticas e estéticas.
• Somos pensadores, descodificadores de informação, imagem, identidade e comunicação como também transformadores de códigos visuais.
• Nós somos agentes de educação visual, imagens, palavra e ambiente.
• Nós somos dinamizadores, transformadores, leitores, investigadores, criadores e editores de códigos visuais e linguagens.
• Somos construtores, reconstrutores e desconstrutores.
• Nós lemos e interpretamos contextos e realidades, e enriquecemos a cultura.
• Nós somos profissionais necessários para trabalhar em projectos multi-disciplinares.
• Nós não somos nem artistas nem artesãos.
• Nós não somos simples pessoas que fazem rascunhos ou publicistas.
• Não somos secretárias com Corel.
2. O que é que estudamos.
• Nós estudamos utilizadores, consumidores, tendências, contextos e ambientes.
• Estudamos o poder da imagem e as suas componentes.
• Estudamos as diferenças nas declarações comunicativas.
• Nós estudamos e investigamos os sinais verbais e não verbais da semiótica e hermenêutica.
3. O que fazemos.
• Nós conceitualizamos projectos e desenvolvemos ideias para gerar sensações e reacções, tendo em conta aspectos funcionais, comunicativos e de produção naquilo que fazemos.
• Nós criamos áreas de informação, lúdicas, persuasivas e educacionais.
• Nós enriquecemos a cultura e a linguagem propondo maneiras diferentes de olhar o mundo com níveis altos de inovação.
• Nós produzimos design para imagens estáticas e dinâmicas, em duas ou três dimensões, que nos permite intervir em vários meios de comunicação.
• Nós fazemos do Design uma fonte eficiente de comunicação.
• Nós criamos formas com conteúdos compreensíveis.
4. O que é que nós, Designers de Comunicação, podemos propor ao nosso país.
• Gerar cultura visual.
• Nós queremos que o design seja um serviço democrático.
• Criar linguagens baseadas na identidade cultural e mostrá-las, com carácter, ao mundo.
• Existir como um grémio activo e dinâmico para a sociedade.
• Propor a semente da tranquilidade contra o caos.
• Conservar posições éticas e críticas ( e visões sobre o ambiente), ao que fazemos e nos é proposto. Em outras palavras, o design não deve ameaçar a dignidade e integridade humana.
• Enriquecer e harmonizar a paisagem visual numa maneira construtiva, para criar atitudes e reacções positivas.
• Cultura de comunicação onde existe coerência entre pensamento, sentimentos e acção.
• Pôr o design ao serviço do desenvolvimento humano, para sensibilizar e educar o utilizador e consumidor do produto, e ajudar a desmanchar modelos culturais e estereotipados, isto é, fazer do design uma ferramenta pedagógica.
• Criar qualidade de vida e consciência ambiental através do uso de materiais alternativos e não poluentes.
• Intervir no contexto social para o tornar mais simpático, humano, doméstico, habitável, tolerante e agradável.
Manifesto Medelin, de 26 de Abril de 2002, in Icograda
Tradução de Luís Inácio
Publicação a pedido de Joana Martins
4 Comments:
Em alguns aspectos o texto é demasiado redutor. Parece-me que a dimensão "visual" é sobrevalorizada. Onde ficam funções como "organização da informação de um ponto de vista conceptual", não apenas "grafismo" ?
Por outro lado, itens como "Nós somos profissionais necessários para trabalhar em projectos multi-disciplinares.", pode ser dito para qualquer área, não ? :)
Boa pergunta, e onde é que ficam funções como "organização da informação de um ponto de vista conceptual"??!?!
Conceptualismo: (Filos.) Sistema segundo o qual os universais não existem em si mesmos, mas apenas como conceitos mentais.
Qual a utilidade do Design - apenas - como conceito mental?
Não quero reduzir a importância do conceito, mas será realmente necessário sobrevalorizá-lo tanto?
Como se pode sobrevalorizar a "dimensão visual" numa disciplina que é maioritáriamente visual?
Mas concordamos que grafismo é diferente de design, sim ?
A prática mais comum é desvalorizar o processo de estruturação e organização da informação, do ponto de vista conceptual, e dedicar tempo apenas à parte gráfica do problema.
É muitíssimo frequente encontrar designers que trabalham sobre uma estrutura de informação concebida pelo cliente de forma acrítica. Não sentem como seu esse trabalho de concepção.
Essa questão da relação designer / cliente dá quase para escrever uma tese!
A maioria dos designers sentem realmente, que os clientes não lhes dão o devido valor e principalmente, respeito. Mas temos de pensar que o dinheiro envolvido na questão é do cliente e a maioria deles ainda pensa que os desigers são "artistas" (muito graças ao exagero dos "conceptualismos") e que têm pouca utilidade para o crescimento do capital investido.
Espero que este comentário tenha pelo menos contribuido para uma reflexão sobre o lado económico do design, mas aconcelho vivamente nova leitura do manifesto pois nele não consta qualquer sobrevalorização do visual sobre o conceito. Muito antes pelo contrário, está nele presente uma evocação clara e nitida à vertente criativa e conceptual do design.
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