A Condição Humana
Dária Joana Teixeira Salgado 3º texto actualizado 17-05-05
2ª fase_ relação Homem/Terra/Natureza, na ordem das relações, acções, intervenções e mudanças
_ reflexão da condição humana através do vídeo _documentário poético/experimental Vídeo_ reflexão do Homem virado para o mundo – Homem/exterior O objectivo é reflectir e questionar a condição humana, ‹‹a partir de uma forte consciência da solidão com traço distintivo do carácter humano e seu destino irremediável››*, proporcionar condições para que quem entre em contacto com o objecto (filme) também reflicta nesta perspectiva isolada, ou seja, virado para o seu interior, o seu inconsciente ou intimidade. O que se pretende é que o espectador no seu espaço de imensidão (categoria filosófica do devaneio = "contemplação primordial"), pense na sua existência, na sua condição inserido no espaço do mundo/universo; é pela imensidão que os dois espaços – o espaço da intimidade e o espaço do mundo se tornam consoantes.
Através de um dispositivo audiovisual, a reflexão do tema da condição humana será feita numa experiência de vários tempos-espaços relacionados um com o outro, mas diferentes na forma e função; vários espaços são experimentados numa perspectiva emocional, onde a imensidão dos espaços nos levará para uma dimensão interior – os sonhos, os pensamentos, as recordações. O objectivo é activar a consciência do eu perante o visionamento de determinadas imagens; através da contemplação (imagens/ paisagens) pretende-se que o ‹‹sentimento de existência›› seja ‹‹imensamente aumentado››**. Na própria estrutura do filme estará incluída a ideia de reflexão, uma espécie de devaneio orientado pelo pensamento de um sujeito que estabelece um contacto bipolar – exterior/interior ou realidade/memória; as introspecções são feitas precisamente a partir do exterior (real), o exterior é o momento de retorno à realidade, à presença física na terra, o interior corresponde a um visionamento assente em memórias, recordações espaciais sempre relacionadas com a natureza. Inserir o trabalho numa vertente documentarista, mais concretamente o documentário poético/experimental justifica-se na própria natureza e essência do trabalho – "reflectir sobre". O filme documentário possibilita a execução de uma narrativa onde se usam elementos referentes ao real (o que poderemos chamar imagens in loco), ou seja, uma certa objectividade, associada a uma construção ou representação dessa mesma realidade. Um discurso sobre a condição humana sob um olhar particular ou individual, com elementos expressivos, subjectivos e reflexivos.
‹‹ A imensidão está em nós. Está ligada a uma espécie de expansão de ser que a vida refreia, que a prudência detém, mas que retorna na solidão. Quando estamos imóveis, estamos algures; sonhamos num mundo imenso. A imensidão é o movimento do homem imóvel. A imensidão é uma das características dinâmicas do devaneio tranquilo.››, A Poética do Espaço, Gaston Bachelard.
‹‹Eu, cine-olho, crio um homem muito mais perfeito do que aquele criado por Adão; eu crio milhares de homens diferentes segundo modelos diferentes e esquemas preestabelecidos. Eu sou o cine-olho. A um tomo os braços, mais fortes e mais habilidosos, a outro tomo as pernas, mais bem feitas e mais velozes, ao terceiro a cabeça mais bela e mais expressiva e, graças, à montagem, crio um homem novo, um homem perfeito.››, Textos de Vertov, por Vasco Granja.
* Sokurov, livro Cinemateca Portuguesa, Museu do Chiado. Faço a apropriação das suas palavras, porque revi nos objectivos dos seus filmes, os meus. ** Poética do Espaço, Gaston Bachelard, Martins Fontes.
2ª fase_ relação Homem/Terra/Natureza, na ordem das relações, acções, intervenções e mudanças
_ reflexão da condição humana através do vídeo _documentário poético/experimental Vídeo_ reflexão do Homem virado para o mundo – Homem/exterior O objectivo é reflectir e questionar a condição humana, ‹‹a partir de uma forte consciência da solidão com traço distintivo do carácter humano e seu destino irremediável››*, proporcionar condições para que quem entre em contacto com o objecto (filme) também reflicta nesta perspectiva isolada, ou seja, virado para o seu interior, o seu inconsciente ou intimidade. O que se pretende é que o espectador no seu espaço de imensidão (categoria filosófica do devaneio = "contemplação primordial"), pense na sua existência, na sua condição inserido no espaço do mundo/universo; é pela imensidão que os dois espaços – o espaço da intimidade e o espaço do mundo se tornam consoantes.
Através de um dispositivo audiovisual, a reflexão do tema da condição humana será feita numa experiência de vários tempos-espaços relacionados um com o outro, mas diferentes na forma e função; vários espaços são experimentados numa perspectiva emocional, onde a imensidão dos espaços nos levará para uma dimensão interior – os sonhos, os pensamentos, as recordações. O objectivo é activar a consciência do eu perante o visionamento de determinadas imagens; através da contemplação (imagens/ paisagens) pretende-se que o ‹‹sentimento de existência›› seja ‹‹imensamente aumentado››**. Na própria estrutura do filme estará incluída a ideia de reflexão, uma espécie de devaneio orientado pelo pensamento de um sujeito que estabelece um contacto bipolar – exterior/interior ou realidade/memória; as introspecções são feitas precisamente a partir do exterior (real), o exterior é o momento de retorno à realidade, à presença física na terra, o interior corresponde a um visionamento assente em memórias, recordações espaciais sempre relacionadas com a natureza. Inserir o trabalho numa vertente documentarista, mais concretamente o documentário poético/experimental justifica-se na própria natureza e essência do trabalho – "reflectir sobre". O filme documentário possibilita a execução de uma narrativa onde se usam elementos referentes ao real (o que poderemos chamar imagens in loco), ou seja, uma certa objectividade, associada a uma construção ou representação dessa mesma realidade. Um discurso sobre a condição humana sob um olhar particular ou individual, com elementos expressivos, subjectivos e reflexivos.
‹‹ A imensidão está em nós. Está ligada a uma espécie de expansão de ser que a vida refreia, que a prudência detém, mas que retorna na solidão. Quando estamos imóveis, estamos algures; sonhamos num mundo imenso. A imensidão é o movimento do homem imóvel. A imensidão é uma das características dinâmicas do devaneio tranquilo.››, A Poética do Espaço, Gaston Bachelard.
‹‹Eu, cine-olho, crio um homem muito mais perfeito do que aquele criado por Adão; eu crio milhares de homens diferentes segundo modelos diferentes e esquemas preestabelecidos. Eu sou o cine-olho. A um tomo os braços, mais fortes e mais habilidosos, a outro tomo as pernas, mais bem feitas e mais velozes, ao terceiro a cabeça mais bela e mais expressiva e, graças, à montagem, crio um homem novo, um homem perfeito.››, Textos de Vertov, por Vasco Granja.
* Sokurov, livro Cinemateca Portuguesa, Museu do Chiado. Faço a apropriação das suas palavras, porque revi nos objectivos dos seus filmes, os meus. ** Poética do Espaço, Gaston Bachelard, Martins Fontes.
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